O escocês Angus Deaton ganhou nesta segunda-feira (12/10) o prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre consumo, pobreza e bem-estar social. O anúncio foi feito em Estocolmo, na Real Academia de Ciências da Suécia, responsável pela premiação.
EFE
Professor da Universidade de Princeton, Deaton afirmou que crise humanitária decorre de “centenas de anos de desenvolvimento desigual”
Professor da Universidade de Princeton, Deaton afirmou que crise humanitária decorre de “centenas de anos de desenvolvimento desigual”
Deaton é professor de Economia e Relações Internacionais na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, desde 1983. Ele, que possui nacionalidade britânica e norte-americana, já lecionou nas Universidades de Cambridge e Bristol, ambas na Inglaterra.
Na década de 80, Deaton desenvolveu o Sistema Quase Ideal de Demanda, modelo usado para estimar o comportamento dos consumidores e que se tornou referência para economistas. Os estudos feitos por Deaton na década de 90 se focaram nas ligações entre renda e consumo, colaborando para mudanças na macroeconomia moderna por considerar dados individuais no estudo de dados gerais. Suas pesquisas mais recentes se centraram na análise da saúde, tanto em países ricos quanto em pobres, e na medição da pobreza ao redor do mundo, especialmente na Índia.
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“Para desenvolver políticas econômicas que promovam o bem-estar social e reduzam a pobreza, devemos primeiro compreender as escolhas individuais de consumo. Mais do que qualquer outro, Angus Deaton contribuiu para esse entendimento”, declarou em nota o comitê responsável pela escolha. Segundo a Academia, a pesquisa de Deaton “ajudou a transformar os campos da microeconomia, da macroeconomia e da economia do desenvolvimento”.
Crise humanitária
Respondendo a uma pergunta durante a entrevista coletiva por telefone que ocorreu após o anúncio do prêmio, Deaton abordou a atual crise migratória na Europa. “O que estamos vendo agora é o resultado de centenas de anos de desenvolvimento desigual nos países ricos, o que deixou grande parte do mundo para trás”, afirmou o professor.
“Essas pessoas deixadas para trás desejam uma vida melhor, e isso está colocando uma pressão enorme nas fronteiras entre o mundo pobre e o mundo rico”, completou. Para Deaton, uma possível solução seria reduzir a pobreza nos países pobres, o que só pode ser alcançando a longo prazo.