O atual presidente da Catalunha, Artur Mas, foi chamado para depor no Tribunal Superior de Justiça espanhol nesta quinta-feira (15/10), acusado pelo governo da Espanha de promover um referendo ilegal em 2014. Caso seja considerado culpado, Artur Mas pode ser impugnado.
Em entrevista coletiva concedida a jornalistas após a sessão no tribunal, ele disse que considera acatar a impugnação, mas “isso dependerá do momento político no qual estejamos [quanto à independência da Catalunha] e da situação jurídica do país”, disse.
Agência Efe
Artur Mas foi depor no Tribunal Superior de Justiça
Para seu partido, Convergència Democràtica de Catalunya, no entanto, o processo é uma “perseguição política” por causa da luta independentista da região. Em apoio a Mas, milhares de catalães foram ao tribunal cobertos com a bandeira vermelha e amarela listrada da província.
“Ele lutou e fez o que tinha que fazer. Não podemos deixá-lo sozinho agora”, disse a auxiliar de enfermagem, Isabel Princep, à Reuters. “Acho que é totalmente injusto que um presidente catalão seja julgado desta maneira”.
Consulta irregular
Mas foi indiciado em setembro por acusações preliminares de desobediência, abuso de autoridade e usurpação de autoridade para realizar a votação. A vice-presidente, Joana Ortega, e a conselheira Irene Rigau também estão sendo acusadas.
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Como o Tribunal Constitucional espanhol proibiu a realização do referendo, o governo catalão auxiliou, à época, a organização da consulta, na qual 80% dos cerca de 2,5 milhões de catalães que participaram disseram “sim” a uma Catalunha independente. No entanto, apenas 37% da população foi às urnas.
O presidente disse, contudo, não entender porque estava dando explicações, visto que, quando o Tribunal Constitucional proibiu a realização do referendo, este foi desmarcado e passou a ser organizado por voluntários.
“A consulta de 9 de novembro foi inicialmente desenhada para ser executada pela administração. A partir da suspensão ditada pelo Tribunal Constitucional mudou-se o formato. Já não era a administração a responsável pela sua execução, mas sim os voluntários. Graças a 40 mil voluntários pudemos fazer o 9 de novembro”, declarou. Ele, porém, declarou que foi um dos voluntários que prestou serviços. “Declaro-me máximo responsável por ter tomado a iniciativa política e de ter idealizado e impulsionado o processo participativo”, afirmou.