Em fim de mandato, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, votou neste domingo (25/10) nas eleições que irão definir o candidato que irá sucedê-la à frente da Casa Rosada. Na cidade patagônia de Río Gallegos, ela fez declarações otimistas a jornalistas: “Após dezembro, vou fazer o que sempre fiz: militar”.
EFE
Cristina Kirchner deposita voto em urna, mostra otimismo e presta homenagem ao marido, Néstor, que morreu em 2010
Além da dedicação à militância, Cristina fez um balanço dos 12 anos de kirchnerismo e oito anos à frente do poder. Segundo a mandatária, seu partido — Frente para a Vitória — cumpriu a promessa de dar aos argentinos um “país normal”.
“Hoje estamos votando em um país absolutamente normal. As pessoas não têm medo de irmos mal economicamente, não têm medo de perder o seu trabalho e os argentinos estão viajando para o mundo inteiro, enquanto temos um crescimento único na América Latina”, afirmou Cristina, à imprensa local.
“Poder ter cumprido a promessa do meu companheiro de vida e de militância é para mim uma honra”, acrescentou Cristina, aludindo à promessa feita pelo marido, Néstor Kirchner (1950-2010), após assumir a Casa Rosada em 2003.
Después de diciembre voy a hacer lo que hice siempre: militar
Posté par Cristina Fernandez de Kirchner sur dimanche 25 octobre 2015
O candidato kirchnerista, Daniel Scioli, votou em Dique Luján, a 50 quilômetros da capital, Buenos Aires. Após depositar seu voto na urna, ele pediu que os partidos políticos “atuem com responsabilidade” e que “respeitem o resultado e a vontade popular”.
“São momentos históricos na vida das pessoas e da democracia argentina. Estamos com mais otimismo que nunca”, afirmou Scioli a jornalistas.
Já seu principal adversário na corrida eleitoral, Maurício Macri, do partido Cambiemos, afirmou que este domingo pode ser “o começo de uma nova etapa histórica no país”. Após votar, Macri ainda acrescentou que agora “é um momento de muita responsabilidade”.
Por sua vez, o terceiro candidato do pleito, Sergio Massa, do UNA (Unidos por uma Nova Argentina), expressou seu desejo de que “milhões de argentinos exerçam seus direitos de votar e que ninguém roubem esses direitos”.
EFE
Apoiado por Cristina e favorito nas eleições, Scioli votou também neste domingo
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Favorito
Scioli, apoiado pela presidente Cristina Kirchner, segue favorito e a possibilidade de que ele possa vencer ainda no primeiro turno é apontada pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas pelo jornal Página/12 na noite de sexta-feira (23/10).
De acordo com esseslevantamentos, Scioli tem 41% dos votos, podendo chegar a 43% ou 39% devido à margem de erro. Apesar de as empresas concordarem que a vitória do kirchnerista já neste domingo é uma tendência, as margens são muito estreitas para cravar um resultado.
Isso porque, segundo a Constituição do país, para vencer de forma direta, o candidato deve superar 45% ou mais de 40% e uma diferença de 10 pontos com relação ao segundo candidato.
EFE
Mauricio Macri, do Cambiemos, vota em Buenos Aires: ele é a principal força opositora
Eleições
Neste domingo, argentinos vão às urnas para eleger presidente e vice-presidente, 24 senadores, 130 deputados nacionais e 43 parlamentares do Mercosul. Em 11 das 23 províncias do país, os eleitores também votarão para o cargo de governador.
Segundo o jornal La Nacion, já se passou mais da metade da jornada eleitoral, que transcorre sem denúncias de irregularidade. Por ora, a votação ocorre com normalidade e sem grandes inconvenientes.
Desde a restauração da democracia, em 1983, esta será a sétima eleição para presidente e a primeira em 12 anos em que um membro da família Kirchner não concorre à presidência.