O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou na tarde desta segunda-feira (26/10) que “não quer um Estado binacional” e que tudo o que os israelenses precisam ter “controle de todo o território para um futuro previsível”.
EFE
Netanyahu discursa a parlamentares hoje no Knesset
A afirmação foi dada durante um comitê do Knesset (parlamento local) para discussão de relações exteriores e de defesa. A declaração também ocorre menos de uma semana depois de o chefe de governo dizer que o extermínio contra judeus foi incitado por um líder palestino.
Nesta tarde, Netanyahu também afirmou que avalia revogar a permissão de residência em Israel dos palestinos de vários bairros de Jerusalém Oriental. A medida, que está ainda em análise, afetaria cerca de 80 mil palestinos, dos mais de 370 mil que vivem em Jerusalém.
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O status de residente dá a população desses bairros direito de se movimentar livremente por todo o território de Israel, ao contrário da população da Cisjordânia que precisa de permissões especiais. Na Faixa de Gaza, o cerco imposto há quase dez anos torna a situação comparada por muitos ativistas de direitos humanos como uma “prisão a céu aberto”
No encontro com parlamentares, o deputado Betzalel Smotrich, do partido ultraconservador Habayit Hayehudi, perguntou a Netanyahu o motivo pelo qual “ele ainda conversava com [presidente palestino Mahmoud] Abbas”. O premiê respondeu que Israel “não está falando com Osama bin Laden ou Estado Islâmico e que irá conversar com qualquer um que não esteja clamando pela destruição” de Israel.
Nas últimas semanas, uma onda de ataques entre palestinos e israelenses tem ocorrido na Cisjordânia e em Jerusalém. A principal causa é a reivindicação de judeus ultraortodoxos de rezar na Esplanada das Mesquitas, que é direito exclusivo de muçulmanos. Mais de 50 palestinos e 9 israelenses foram mortos devido às hostilidades.