O governo da China pediu nesta quarta-feira (28/10) aos Estados Unidos que cumpram a solicitação de 191 de 193 países da ONU (Organização das Nações Unidas) pelo fim do bloqueio econômico a Cuba.
EFE
Secretário das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, discursou ontem na sede das Nações Unidas, em Nova York
Na tarde de terça-feira (27/10), a Assembleia Geral da ONU voltou a pedir o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos contra Cuba em 1962.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang, destacou que seu país, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, considera que o fim do bloqueio corresponderia aos interesses de Havana e Washington. Além disso, para Pequim, tal decisão iria “contribuir para a estabilidade da região”.
“Notamos o apoio da comunidade internacional (a este pedido) e que os Estados Unidos e Cuba mantenham relações normais”, declarou Lu.”Esperamos que os Estados Unidos respondam à chamada da comunidade internacional e anulem plenamente seu embargo”, acrescentou.
Segundo as Nações Unidas, a assembleia de terça foi a que teve o maior número de votos de Estados-membros pelo fim do bloqueio desde que a organização começou a realizar esse tipo de votação, em 1992.
Patrícia Dichtchekenian/Opera Mundi
Placa contra o embargo econômico norte-americano, instalado na província de Matanzas, próxima a Havana
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Nesta 24a resolução, apenas Israel e EUA votaram a favor, com nenhuma abstenção sendo observada.
Em julho deste ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, parabenizou o reestabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA, cujo processo foi anunciado em 17 de dezembro de 2014.
Entretanto, um dos principais entraves para a plena normalização das relações bilaterais é o bloqueio. Em quase todas as declarações em eventos neste ano, o presidente da ilha, Raúl Castro, reiterou publicamente a necessidade do fim do medida, que sufoca a economia local e afeta sobretudo os civis.
Por sua vez, o chefe de Estado norte-americano, Barack Obama, já sinalizou em diversas ocasiões seu interesse pelo levantamento do bloqueio. Contudo, tal decisão depende da aprovação do Congresso dos EUA, dominado por republicanos contrários à aproximação com o governo cubano.