De acordo com uma pesquisa realizada em 20 países divulgada nesta sexta-feira (27/11), o apoio da população para grandes acordos globais sobre as mudanças climáticas caiu nos últimos anos. Em somente quatro dos países envolvidos na pesquisa (Canadá, Espanha, França e Reino Unido), a maioria dos entrevistados se manifestou a favor de que os governantes locais busquem acordos ambiciosos na COP21, conferência mundial da ONU sobre o clima que irá começar em 30 de novembro, em Paris.
“O público está menos preocupado com as mudanças climáticas, e quando se coloca no contexto da conferência em Paris, os dados mostram menos apoio para um acordo ambicioso e obrigatório a nível global do que havia antes da COP15, em 2009”, declarou Lionel Bellier, do GlobalScan, empresa que elaborou o estudo a pedido da BBC.
Takver/Flickr
Reunião de cúpula das Nações Unidas ocorrerá entre 30 de novembro e 11 de dezembro, em Paris
Cerca de 20 mil pessoas, 1.000 em cada país, foram questionadas entre janeiro e fevereiro deste ano sobre a ação dos líderes mundiais frente ao clima. Menos da metade considerou as mudanças climáticas como um problema “muito sério”, nível que era de 63% em 2009.
Uma média de 42% dos entrevistados se manifestaram a favor de que os governos de seus países desempenhem um papel de liderança para metas sobre o clima mundial. Em 2009, o Brasil registrava 53% nesse quesito e em 2015 o índice ficou em 49%. Já 41% disseram que desejam a participação apenas moderada de seus governantes.
A pesquisa foi divulgada na mesma semana em que a OMM (Organização Meteorológica Mundial), agência especializada da ONU, anunciou que 2015 provavelmente será o mais quente já registrado na história. Segundo o estudo, o período entre 2011 e 2015 registrou as temperaturas mais altas de todos os tempos. Neste ano, a média da temperatura global deverá alcançar a marca simbólica de 1º C acima da era pré-industrial, entre 1880 e 1899.
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Australianos protestam por acordos sobre o clima
Também nesta sexta-feira, milhares de pessoas foram às ruas na cidade australiana de Melbourne para pressionar os líderes mundiais a chegarem a um acordo na COP21. A manifestação reuniu de 60 mil pessoas, segundo os organizadores, e 40 mil, de acordo com as autoridades locais.
“A maioria dos australianos quer ações contra a mudança climática. Eles se deram conta de que não é um conceito teórico, afeta a vida cotidiana e querem que algo seja feito”, afirmou à emissora ABC Geoff Cousins, presidente da Fundação de Conservação da Austrália.