O Japão anunciou nesta segunda-feira (30/11) que sua frota de baleeiros irá zarpar na terça-feira (01/12) em direção à Antártida, após pausa de um ano nas operações. A retomada da caça às baleias contraria a decisão da Corte Internacional de Justiça de 2014, que estipulou que o país encerrasse definitivamente suas operações de caça ao animal.
O governo do Japão disse ter considerado a decisão do CIJ, mas prosseguirá com a caça para “fins científicos”. Ainda disse que as operações serão menores do que aquelas realizadas até um ano atrás, quando a caça às baleias foi interrompida devido à pressão internacional, e que as operações baleeiras que começam nesta terça-feira devem durar até março de 2016.
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Baleia e filhote capturados por baleeiro japonês; CIJ concluiu que não é necessário matar baleias para estudá-las
“Conforme buscamos reduzir a caça às baleias para fins comerciais, é crucial conseguir informações quanto à migração das baleias, índices reprodutivos e pirâmide etária da população para estipular uma cota para sua captura”, declarou nesta segunda-feira à AFP um oficial da Agência de Pesca japonesa. De acordo com ele, serão mortas 333 baleias-anãs (baleias-minke).
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Austrália, Reino Unido e grupos ambientalistas internacionais condenaram a decisão do Japão. O Sea Shepherd Australia, grupo ambientalista que trabalha pela conservação dos oceanos, disse que seguirá os baleeiros com seu navio. O grupo já entrou em confronto com baleeiros japoneses no passado.
“Iremos combater qualquer atividade ilegal que encontrarmos. Nossa história fala por si só”, disse à AFP o diretor do Sea Shepherd Australia, Jeff Hansen.
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Embarcação do grupo Sea Shepherd avança contra o baleeiro japonês Yushin Maru
O Japão iniciou seu programa de caça às baleias em 1987, um ano depois do estabelecimento de uma moratória internacional à atividade. O país sustenta que a maioria das espécies de baleia não está ameaçada de extinção e que o consumo de carne de baleia é parte de sua cultura alimentar.
Segundo a CIJ, o Japão capturou cerca de 3.600 baleias-anãs entre 2005 e 2014.