Uma corte de Jerusalém sentenciou como culpados, nesta segunda-feira (30/11), dois jovens israelenses de 18 anos pelo assassinato de Mohammed Abu Khdeir, de 16 anos. O adolescente palestino foi sequestrado, espancado e queimado vivo em julho de 2014 em Jerusalém Oriental.
O israelense Yosef Haim Ben-David, o terceiro envolvido tido como mentor do assassinato, de 31 anos, alegou insanidade mental e seu julgamento foi adiado para o dia 20 de dezembro. A sentença dos dois adolescentes será definida no dia 13 de janeiro de 2016.
Agência Efe
Imagem do funeral de Mohammed Abu Khdeir
A decisão da corte de adiar a condenação do terceiro suspeito foi criticada pela família da vítima e pelo movimento palestino Hamas. Hussein Abu Khdeir, pai do adolescente morto, exigiu a demolição das casas dos culpados, como ele diz ser feito com a casa de palestinos por Israel quando os primeiros atacam israelenses.
“A corte se comporta de uma maneira com árabes e de outra com judeus”, disse Hussein à imprensa após o julgamento.
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De acordo com o Hamas, o adiamento é “uma prova do racismo dos ocupantes [Israel] e da cobertura que eles dão para os crimes dos israelenses em assentamentos”.
Abu Khdeir foi sequestrado e queimado vivo em julho de 2014, em retaliação ao assassinato de três adolescentes israelenses na Cisjordânia, que ocorrera nas semanas anteriores.
O homicídio do jovem palestino gerou uma onda de violência de 50 dias na região de Gaza, que se espalhou para outras cidades palestinas, por Israel e Cisjordânia. O conflito provocou a morte de mais de 2 mil palestinos – a maioria civis – e de 73 israelenses, quase todos soldados.