Uma onda de bombardeios em um hospital sustentado pela MSF (Médicos Sem Fronteiras) em Homs, no oeste da Síria, matou ao menos sete pessoas e feriu outras 47, anunciou a organização humanitária em nota nesta terça-feira (01/12).
De acordo com a ONG médica, o ataque ocorreu no dia 28 de novembro às 09h40 da manhã locais, quando um helicóptero lançou bombas na região da cidade de Al Zafarana, no nordeste de Homs.
EFE
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Pouco depois, em torno de 10h30, outra série de bombas foi jogada no mesmo local, ferindo e matando pessoas que buscam auxílio médico em decorrência do primeiro ataque.
“Este hospital proporcionava tratamentos de vida para cerca de 40.000 pessoas em Al Zafarana e nos arredores. Já é uma tragédia que sete pessoas – incluindo uma garotinha – foram mortas, mas se o hospital tiver que fechar as portas é uma dupla tragédia para as pessoas que vivem sob a ameaça permanente de guerra não tenha onde buscar assistência médica”, afirma Brice de le Vigne, diretor de operações da ONG.
Em comunicado, a MSF alega não saber quando o hospital retomará as suas atividades, dado que o incidente destruiu parte das instalações, principalmente o centro de diálise e os estoques de medicamentos.
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Segundo a organização, o bombardeio mostra todos os sinais de um ataque classificado como “double tap”, isto é, quando as pessoas que tentam socorrer as vítimas de um primeiro ataque são atingidas por uma segunda ofensiva.
Embora ainda não tenha sido confirmado a autoria da ação, o “double tap” é uma tática de guerra conhecida por ser usada pelas Forças Aéreas da Síria, leais ao presidente do país, Bashar al-Assad. Damasco ainda não comentou o incidente.
Este é o terceiro ataque contra uma instalação de MSF em dois meses. No dia 3 de outubro, um hospital do grupo em Kunduz, no Afeganistão, foi destruído por um bombardeio liderado pelos EUA. Na última semana, Washington admitiu “erro humano” no caso, que matou 30 pessoas, mas a ONG exigiu uma investigação independente.
Além disso, em 27 de outubro, uma instalação de MSF em Heedan, no Iêmen, foi atingida pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, que há sete meses ataca o país. Embora não tenha matado ninguém pois o local estava vazio durante o bombardeio, a ofensiva destruiu importantes setores do hospital, como a maternidade.
Reprodução/MSF
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