Atualizada às 23h51
A presidente do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) informou, faltando uma hora para o encerramento da votação na Venezuela, que a credencial outorgada ao ex-presidente boliviano Jorge Quiroga, que está no país a convite da opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), foi revogada “por declarações que violam a lei”.
Em entrevista coletiva concedida logo após o anúncio, o porta-voz dos ex-presidentes disse que antes de se pronunciarem sobre o assunto, “vão se inteirar do conteúdo da revogação”.
Agência Efe
André Pastrana e Jorge Quiroga estão na Venezuela acompanhando as eleições
A controvertida situação ocorreu após Quiroga ter classificado como “lamentável” o fato de que o Secretário-Geral da OEA, Luis Alamgro, tenha manifestado na carta enviada ao presidente Nicolás Maduro “toda a vantagem para o governismo e é triste ver que isso segue ocorrendo no dia da eleição. Nós que seguimos a realidade venezuelana vemos que mudou. Na democracia não pode ser de qualquer jeito, há regras” e concluiu: “uma dessas regras é fechar as filas às 18h se não tiver eleitores na fila”.
Segundo as normas do CNE, observadores internacionais não podem emitir declarações ou opiniões sobre o processo eleitoral do país até que este seja concluído, tampouco podem fazer comentários pessoais para a imprensa ou terceiros sobre suas observações e conclusões. Além disso, as regras reforçam que o acompanhamento internacional tem o propósito único de presenciar, de maneira imparcial e independente, a transparência do processo eleitoral.
Em declarações dadas à imprensa, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, manifestou apoio à decisão do CNE: “apoiamos a decisão e vamos além, eles [os ex-presidentes] devem ser expulsos do país” por ter violado as leis eleitorais do país. O vice-presidente do PSUV ressaltou que ninguém deve opinar sobre como ou quando deverão ser fechados os centros de votação no país.
NULL
NULL
Nas duas últimas eleições importantes vivenciadas no país – em 2012 e em 2013 com Hugo Chávez e Nicolás Maduro, respectivamente – os votos obtidos pelo chavismo na última hora foram fundamentais para a vitória do PSUV. Por essa razão, partidários do Grande Polo Democrático (coalizão governista) têm reiterado o chamado para que as pessoas saiam a votar.
Se nos suspendieron credenciales, que se nos dieron a mitad de la mañana. Hemos sido respetuosos #Venezuela #6D pic.twitter.com/EbeQOHCHEL
— Laura Chinchilla M (@Laura_Ch) 6 dezembro 2015
Leia também sobre as eleições na Venezuela:
Venezuela: tarefa central da nova Assembleia será vencer a guerra econômica, diz Maduro
Venezuelanos votam em eleições legislativas com 'sabor' de presidenciais
Venezuela: 19 milhões vão às urnas neste domingo eleger novos deputados do país
Missões de acompanhamento eleitoral se preparam para eleição na Venezuela