O presidente da Conferência do Clima de Paris (COP21) e ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, apresentou na manhã deste sábado (12/12) a resolução do acordo global de luta contra as mudanças climáticas. O texto, que deveria ter sido entregue na sexta-feira (11/12), será votado pelos 195 países participantes nesta tarde.
Ao lado do ministro estava o presidente da França, François Hollande, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que havia classificado a COP21 como a conferência mais “complicada e difícil” de todas as conferências que ele já presenciou.
Agência Efe
Ao lado de François Hollande e Ban Ki-moon, Laurent Fabius apresenta resolução final da COP21
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“O acordo que apresentamos é necessário para o mundo inteiro e para cada um de nossos países”, disse Fabius. Ele ressaltou ainda a “responsabilidade histórica” da conferência, garantindo que, se a cúpula fracassar, não haverá maneira de “reconstruir a esperança”.
O presidente da COP21 relembrou o caso da COP15, realizada em Copenhague, na Dinamarca, quando foi escrito apenas um texto mínimo que acabou não sendo aprovado por unanimidade pelos 193 países que participavam da cúpula. A aprovação por unanimidade é obrigatória para que o documento final se tranforme em resolução das Nações Unidas.
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Objetivo da conferência
O objetivo central da COP21 é impedir que a temperatura média da Terra suba mais de 2oC. O ideal, contudo, é limitar o aumento a 1,5oC.
Para tanto haverá uma revisão das metas nacionais voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa e descarbonização a longo prazo a cada cinco anos com o intuito de atingir a meta proposta.
A resolução também fixa como piso para o financiamento climático um mínimo de US$ 100 bilhões (R$ 380 bi, aproximadamente) anuais a partir de 2020. O valor será recalculado em 2025.
Agência Efe
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Para atingir o objetivo, os países também deverão “ajudar a proteger os pequenos Estados insulanos do aumento do nível do mar, apoiar tecnologicamente o desenvolvimento da África, ajudar a América Latina a proteger suas florestas, assistir os países petroleiros na diversificação do modelo energético e criar resiliência para todos”, explicou Fabius.
De acordo com o ministro, trata-se de um pacto “imprescindível para garantir a segurança alimentar, a saúde pública, os direitos fundamentais e a paz”.
Fabius ainda apontou que o acordo “é o mais equitativo possível”. Ele deu três horas para que os delegados de cada governo analisem as 27 páginas do texto antes de se reunirem uma última vez no plenário para a votação do documento.