Os ministros das Relações Exteriores do Japão e da Coreia do Sul irão se reunir na próxima segunda-feira (28/12) para abordar o polêmico assunto das escravas sexuais coreanas obrigadas a se prostituir pelo exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial, uma disputa histórica que ambos os países enfrentam há décadas.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (25/12) pelo ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, que irá a Seul para esse encontro. Aos jornalistas ele disse que tentará fazer com que as conversas com as autoridades coreanas progridam “até o último minuto”.
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Vítimas da violência sexual sistemática, as “mulheres de conforto” eram obrigadas a manter cerca de 50 relações sexuais todos os dias
“Farei todo o possível para avançar as relações entre Japão e Coreia do Sul antes do fim do ano, uma data importante já que em 2015 foi celebrado o 50º aniversário da normalização das relações bilaterais”, acrescentou Kishida.
O assunto histórico ainda inflama as relações entre ambos os países. A Coreia do Sul cobra do Japão uma indenização para as “mulheres de conforto” obrigadas a se prostituir pelo exército nipônico durante a ocupação da Península de Coreia, entre 1910 e 1945.
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Tóquio, contudo, afirma que já reconheceu o dano causado no tratado de normalização de relações assinado em 1965, quando pagou € 875 milhões (quase R$ 4 bi) de compensação. No entanto, Seul não considerou suficiente e demanda uma nova reaparação.
A revista Nikkei Asian Review publicou que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, planeja criar um fundo de 100 milhões de yen (R$ 3,3 milhões) e realizar um pedido formal de desculpas. O premiê poderá, inclusive, mandar cartas às vítimas, dizia a publicação.
A reunião acontece após a cúpula realizada por Japão e Coreia do Sul em novembro, na qual os líderes dos dois Estados decidiram resolver suas disputas e melhorar as relações bilaterais. No domingo (27/12), diplomatas dos dois países se reunirão para preparar o encontro de segunda.
*com Agência Efe