Os moradores do acampamento de refugiados conhecido como “Jungle” (“selva”, em inglês), em Calais, no extremo norte da França, disseram nesta segunda-feira (11/01) que irão permanecer no local, apesar de a polícia ter dado um ultimato para que um terço dos 5.000 moradores se retirem até esta quinta-feira. O governo pretende utilizar retroescavadeiras em uma reforma no local.
EFE
Governo francês quer que os refugiados se mudem para uma instalação onde morariam em contêineres
Segundo o governo do presidente francês, François Hollande, os refugiados serão realocados para uma instalação construída com esse intuito e que está situada nas proximidades do acampamento. O governo diz que, com a mudança, os moradores viverão em condições melhores.
No entanto, os refugiados desaprovam o local, que, segundo eles, se assemelha a um presídio e não possui áreas de convívio.
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“Nós, o povo unido da Jungle, em Calais, respeitosamente recusamos as demandas do governo francês no que diz respeito a diminuir o tamanho da Jungle. Nós decidimos permanecer onde estamos e resistir pacificamente aos planos do governo de destruir nossas casas”, diz um comunicado feito após uma reunião entre os líderes do acampamento nesta segunda-feira.
EFE
A polícia francesa avisou que irá destruir na quinta-feira as casas onde moram aproximadamente 1.600 dos 5.000 moradores da Jungle
Os refugiados em Calais aguardam uma oportunidade de atravessar o Eurotúnel e chegar ao Reino Unido, país que é o destino de muitos deles. Com a medida do governo, pessoas de organizações próximas aos refugiados relatam que eles temem ser obrigados a solicitar asilo na França, o que não desejam.
“Eles já estão tão deslocados e é muito importante, psicologicamente, que tenham um espaço próprio. Então, se mudar para um contêiner que abriga de 12 a 14 pessoas é muito inquietante”, disse ao jornal inglês The Guardian Nico Stevens, do grupo Aid Refugees, que atua no local.