A Agência de Aviação Russa enviou uma carta, nesta quinta-feira (14/01), à agência holandesa que investigou a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, em julho de 2014, na qual diz que existem novas evidências para o caso. Parte das conclusões do relatório holandês, que foi apresentado no último mês de outubro e apontou que o avião foi derrubado por um suposto míssil fabricado na Rússia, foi classificada por Moscou como “infundada e imprecisa”.
EFE
A Rússia afirmou que os danos na fuselagem e o local onde o avião caiu não correspondem às conclusões do relatório holandês
Após a publicação do relatório final, a Rússia continuou independentemente as investigações por não concordar com as conclusões das autoridades holandesas. A Holanda confirmou o recebimento da carta, que foi feita por Oleg Storchevoy, diretor da agência russa, e afirmou que responderá em breve, depois de estudar o seu conteúdo.
A carta sugere que a culpa pela queda do avião é do governo ucraniano, que, segundo Storchevoy, deveria ter fechado o espaço aéreo das zonas de conflito. Para as autoridades russas, a Holanda “transferiu a responsabilidade da Ucrânia para as companhias aéreas e para as organizações da aviação internacional”.
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“As autoridades ucranianas ocultaram e distorceram deliberadamente informações sobre as reais ameaças a voos civis sobre as regiões de atividade militar. Como resultado, outros países e companhias, como a Malaysia Arlines, não tiveram informação oficial suficiente para tomar a decisão de suspender voos sobre a Ucrânia”, diz a carta. “As declarações das autoridades dos EUA e da OTAN apresentadas no relatório final estão limitadas a especulações sobre se armas de tropas russas ou do Exército russo estariam presentes na Ucrânia”, completa o texto.
Segundo Storchevoy, “os buracos de penetração na fuselagem do avião não são correspondentes aos que são normalmente criados pela detonação de um míssil”, como aponta a investigação oficial. A carta também diz que dado o local em que o suposto míssil teria atingido o avião, não é possível que a colisão tenha ocorrido tal como consta no relatório dos holandeses. A investigação das autoridades holandesas não chega a uma conclusão sobre quem teria disparado o suposto míssil.
O avião da Malaysia Airlines caiu em Donetsk, na Ucrânia, uma das regiões do conflito entre Kiev e Moscou. Todas as 298 pessoas a bordo morreram. O voo partiu de Amsterdã e tinha como destino Kuala Lumpur, na Malásia.