Diversas potências comemoraram a nova etapa do acordo nuclear com o governo iraniano, com a entrada em vigor do JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta) entre Teerã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha), que apresentará as diretrizes deste novo momento diplomático, com o fim paulatino das sanções.
“É uma etapa importante para a paz e a segurança, assim como para os esforços internacionais de luta contra a proliferação nuclear”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.
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Chanceler iraniano, Javad Zarif, comemora nova etapa, após reuniões em Viena (Áustria)
Em um comunicado, o chanceler britânico, Philip Hammond, expressou contentamento com a segurança mundial. “O acordo nuclear com o Irã, no qual a Grã-Bretanha desempenhou um papel importante, faz do Oriente Médio, e do mundo em geral, um lugar mais seguro”, declarou Hammond.
Já para o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, trata-se de um “acontecimento histórico da diplomacia”, reportou a AFP.
Na mesma linha, o governo da Turquia se expressou “satisfação” com o fim do isolamento político e econômico do país persa. “Colocamos forte ênfase para que todas as partes exerçam um comportamento responsável que não fomente a divisão, para uma restauração da segurança e da estabilidade na região”, comentou a chancelaria turca.
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, trata-se de um “marco significativo que reflete os esforços de boa-fé de todas as partes para cumprir os compromissos assumidos”.
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No primeiro plano: o chanceler iraniano, Javad Zarif, o diretor-geral da AIEA, Yukyia Amano, e a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini
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“Cada uma das vias para a uma bomba nuclear foram fechadas de forma verificável”, garantiu o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acrescentando que o Oriente Médio se tornou um local mais seguro. Para Kerry, o pacto “demonstra o poder da diplomacia para superar desafios”.
Para o presidente iraniano, Hassan Rohani, o acordo representa “um novo caminho de relações entre o Irã e o mundo”.
Na noite de sábado (16/01), a UE (União Europeia) e Estados Unidos anunciaram a suspensão das sanções econômicas e financeiras contra o país persa. A decisão entrou em vigor com a publicação no Diário Oficial da UE, menos de uma hora depois de sua adoção formal por parte dos 28 Estados-membros do bloco.
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Kerry concedeu entrevista coletiva a jornalistas em que minimizou os riscos de uma crise nuclear no Oriente Médio
Essa medida ocorreu após a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) confirmar que Teerã cumpriu as exigências do pacto, que previa a limitação de vários aspectos do seu programa atômico durante períodos de entre 10 e 25 anos, em troca do fim paulatino das sanções à República Islâmica. Ainda ontem, Irã e EUA realizaram uma troca de presos, sinalizando uma abertura diplomática.
Críticas de Israel
O principal Estado crítico ao acordo foi Israel. Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o Irã continua buscando desenvolver armas nucleares e espalhar o terrorismo.
“Inclusive após assinar o acordo nuclear, o Irã não abandonou sua aspiração de obter armas nucleares e continuará minando a estabilidade no Oriente médio e divulgando o terrorismo no mundo, ao mesmo tempo em que viola suas obrigações internacionais”, afirmou Netanyahu.
Em nota, Netanyahu reiterou que seu país “continuará monitorando a implementação do acordo, avisará de qualquer violação” que detectar e ainda destacou que seu governo fará “tudo o que for necessário” para salvaguardar sua segurança e se defender.
EFE
Netanyahu expressou descontentamento com notícia de fim de sanções ao Irã