O Parlamento da Espanha rejeitou nesta quarta-feira (02/03) a formação de um governo por Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol). Sánchez, que não obteve apoio de partidos de esquerda, recebeu 130 votos favoráveis e precisava de 176.
EFE
O socialista Pedro Sánchez recebeu 130 votos a favor, 219 contra e uma abstenção
Analistas políticos já previam a derrota do PSOE, que não conseguiu forjar acordos com partidos que possuem a quantidade necessária de assentos para elegê-lo no Parlamento. Sánchez se submeterá a nova votação nesta sexta-feira (04/03).
Segundo a Constituição, na primeira votação Sánchez precisaria de maioria absoluta dos 350 parlamentares para ser eleito como novo presidente de governo da Espanha. Realizada 48 horas depois, a segunda votação exige apenas maioria simples.
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Os partidos de esquerda Podemos, Compromís e IU (Esquerda Unida, na sigla em espanhol) não apoiaram Sánchez, em virtude do acordo feito entre o PSOE e o Ciudadanos, de orientação liberal. “Com um acordo econômico de direita, a esquerda não votará [a favor de Sánchez]”, disse Alberto Garzón, líder da IU, durante o debate que antecedeu a votação.
“Gostaria de fazer um governo de esquerda, mas os números não permitem”, declarou Sánchez se dirigindo a Garzón, a quem pediu apoio antes da votação e disse que não poderia ser eleito como presidente de governo sem o apoio da esquerda. Segundo o socialista, 13 dos 16 pontos do acordo com os Ciudadanos são pautas apoiadas pela esquerda.
“Aqui também há 90 deputados de esquerda”, disse Sánchez, se referindo aos parlamentares do PSOE. Durante o debate, Sánchez afirmou que seu eventual mandato representaria uma “mudança de governo e um governo de mudança”.