O senador por Vermont e pré-candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Bernie Sanders, criticou com firmeza, durante o debate realizado nesta quarta-feira (09/03), as intromissões do governo de seu país na política latino-americana, e citou como exemplos os casos de Cuba, Nicarágua, Guatemala e Chile.
“Não acredito que seja uma função do governo dos EUA derrubar pequenos governos por todo o mundo”, ressaltou Sanders no debate organizado pela emissora hispânica Univisión e pelo jornal The Washington Post, realizado em Miami, na Flórida.
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Apoiadores de Hillary e Sanders se cumprimentam em Miami, onde se realizou o debate televisivo
“Os EUA fizeram mal quando tentaram invadir Cuba. Os EUA fizeram mal tentando derrubar o governo [sandinista] da Nicarágua, e o mesmo na Guatemala”, criticou o senador, que também se referiu ao envolvimento norte-americano no golpe de Estado que pôs fim ao governo de Salvador Allende no Chile.
“Ao contrário de Hillary Clinton [sua rival pela indicação do partido], eu sempre fui contra mudanças de governo [forçadas pelos EUA] em Cuba, Nicarágua, Iraque, onde quer que fosse”, afirmou Sanders.
Sanders explicou que viajou à Nicarágua nos anos 1980 e que se opôs aos “esforços” do governo de Ronald Reagan para “derrubar o governo” sandinista, assim como se posicionara contra o ex-secretário de Estado Henry Kissinger por sua intervenção no Chile de Allende.
Cuba
As relações com Cuba foi um dos temas do debate. Hillary Clinton aproveitou a oportunidade para atacar os irmãos Raúl e Fidel Castro, enquanto Sanders defendeu o fim do bloqueio econômico e financeiro à ilha.
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“O povo cubano merece que seus direitos sejam respeitados. Os dois Castro devem ser considerados autoritários e ditatoriais. Espero que haja um dia em que em Cuba tenha líderes que sejam escolhidos pelo povo”, respondeu a ex-primeira-dama quando questionada a respeito da normalização das relações entre a ilha e os Estados Unidos.
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O opositor, que se autodefine socialista, defendeu que o bloqueio “deve acabar” e que é preciso “avançar para uma relação totalmente normalizada com Cuba”. Apesar disso, ele afirmou que “Cuba é um país autoritário e não democrático. Espero que seja um país democrático o mais breve possível. Mas, por outro lado, não seria bom não admitir que eles avançaram em saúde e educação. Estão mandando médicos para todo o mundo”.
Imigração
Ambos os candidatos, no entanto, se comprometeram a não deportar crianças, nem imigrantes sem documentos que não tenham cometido crimes, e fizeram questão de marcar suas diferenças em relação à política do presidente Barack Obama nesse campo.
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“Minha prioridade é deportar criminosos violentos”, afirmou a ex-secretária de Estado, que se distanciou da linha de Obama ao indicar que “não concorda” com as políticas migratórias do “atual governo”, evitando citar diretamente o presidente.
Sanders, por sua vez, lamentou que Obama “esteja errado na questão das deportações” e disse que está “em desacordo” com ele.
(*) Com informações da Agência Efe