O governo da Argentina está planejando uma viagem oficial do presidente Mauricio Macri para o início de abril, reportaram nesta terça-feira (15/03) os jornais argentinos La Nación e Clarín.
Fontes da Casa Rosada confirmaram aos veículos, sob condição de anonimato, que Macri pretende retomar relações com o presidente cubano, Raúl Castro, e também demonstrar apoio às negociações de paz entre o governo da Colômbia e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que ocorrem em Havana.
EFE
O presidente argentino, Mauricio Macri, deverá fazer escala em Cuba ao regressar de reunião de cúpula nos EUA
“Há uma intenção firme de Macri de ir a Havana e tudo está em análise, mas oficialmente não podemos dizer nada”, afirmou ao La Nación uma fonte próxima ao presidente. De acordo com a agenda oficial, Macri viajará a Washington em 31 de março, onde participará de uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear. O encontro terminará em 2 de abril, data em que Macri faria uma escala em Cuba antes de retornar à Argentina.
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A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, esteve em Cuba na semana passada e se reuniu com o seu homólogo cubano, Bruno Rodríguez. Ela manifestou apoio aos diálogos entre as FARC e o governo colombiano. Segundo fontes consultadas pelo La Nación, a ideia de Macri viajar a Cuba foi concebida durante a estadia de Malcorra na ilha.
Macri nomeará Ernesto Pfirter como o novo embaixador em Cuba, o que é tido por Buenos Aires como um sinal para uma relação “madura” entre os dois países, já que Pfirter possui carreira diplomática e trabalharia em um reaproximação, apesar das diferenças ideológicas entre os governos. Antecessores de Macri, Néstor e Cristina Kirchner possuíam uma relação próxima com Raúl e Fidel Castro.
Com a viagem, Macri busca ainda negociar o pagamento de uma dívida do governo cubano com a Argentina, feita em 1973, no valor de US$ 1,3 bilhão e que atualmente estaria no patamar de US$ 11 bilhões, com juros e reajustes. Em 2003, no governo Néstor Kirchner, Buenos Aires propôs a quitação de 75% da dívida, mas não foi feito um acordo. Um funcionário de Macri declarou nesta segunda-feira que acredita em um acordo “amigável” entre os países.