O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (15/03) uma série de novas medidas que inclui a permissão a Cuba de utilizar dólares em transações internacionais e facilita a ida de turistas norte-americanos para a ilha.
Agência EFE / Arquivo
Raúl Castro e Barack Obama em encontro realizado na sede da ONU em NY em setembro de 2015
“A base da nossa política é que, ao afrouxar essas restrições, podemos nos empenhar melhor com o povo cubano, apoiá-lo e construir pontes entre os nossos dois países. Realmente acreditamos que isso é do interesse nacional dos EUA”, declarou Ben Rhodes, que integra a equipe de segurança nacional da Casa Branca.
Com as medidas, que entrarão em vigor a partir de quarta-feira (16/03), Cuba poderá voltar a fazer parte do sistema bancário mundial e cidadãos cubanos serão capazes de receber salários por bancos norte-americanos. Havana anunciou que o primeiro serviço de correio direto entre os dois países em mais de 50 anos será efetuado na quarta-feira.
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O anúncio de Washington, previsto na semana passada pela agência de notícias Reuters, foi feito seis dias antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, fazer uma viagem oficial a Cuba — a primeira de um chefe de Estado norte-americano à ilha em quase 90 anos.
Embora o turismo seja formalmente banido, a partir de quarta-feira cidadãos norte-americanos poderão ir a Cuba caso assinem um termo no qual atestam que a viagem terá fins educacionais. Os turistas terão de manter, por cinco anos, registros do que fizeram em Cuba, porém só deverão entregar caso sejam requisitados.
Em 2015, Cuba registrou 160 mil visitantes norte-americanos, mais que o dobro do que o ano anterior. Com as medidas, a expectativa é que a quantidade de turistas dos EUA aumente entre 10% e 20%. No mês passado, Havana e Washington firmaram um acordo que restabeleceu os voos comerciais entre os dois países.
A reaproximação diplomática e econômica entre Cuba e os Estados Unidos teve início em dezembro de 2014. Por se tratar de uma lei, o bloqueio econômico imposto à ilha só pode ser revisto pelo Congresso, cuja maioria republicana se opõe à medida.