O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou no sábado (26/03) que seu país entrará com uma ação judicial contra o Chile no Tribunal Internacional de Haia sobre a utilização das águas de Silala, no departamento de Potosí.
Agência Efe
Evo Morales anuncia que Bolívia acionará Tribunal Internacional de Haia para resolver impasse sobre águas de Silala
“Decidimos, como um país pacifista que somos, que vamos a Haia para que o Chile respeite nossa água em Silala, no departamento de Potosí”, afirmou o mandatário durante um ato público em Cochumuela, no departamento de Cochabamba.
Morales declarou que a Bolívia tem a seu lado o direito internacional e a legalidade e convidou as autoridades chilenas para visitarem a região e “comprovarem” que as águas pertencem a um manancial, e não a um rio, como afirma o Chile.
A Bolívia argumenta que o rio Silala, na região fronteiriça do país, nasce em seu território, e que suas águas foram desviadas por canais artificiais. Já o Chile diz tratar-se de um rio internacional que beneficia o norte do país.
O chanceler chileno, Heraldo Muñoz, acusou neste domingo (27/03) o presidente Evo Morales de manter uma postura “hostil” contra seu país. “Não se trata de justiça nem de direito, sim de uma política hostil permanente contra o Chile, que com certeza não aceitamos”, disse.
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Segundo ele, se o caso chegar a Haia, “o Chile responderá com tudo”. “Não importa quantas demandas a Bolívia apresente nos tribunais (…) soberania não será cedida, que fique bem entendido”, declarou.
O chanceler acrescentou que, caso a Bolívia apresente novas ações contra o Chile em Haia, não terá atendida sua reivindicação de ter uma saída para o mar.
O acesso ao mar é outro ponto de conflito entre os países. Em 2013, a Bolívia apresentou um requerimento à Corte Internacional de Haia exigindo uma negociação com o Chile para restituir sua saída ao mar perdida durante a Guerra do Pacífico (1879-1883).
Em resposta às declarações do chanceler chileno, Morales afirmou neste domingo (27/03) que não se defende a soberania por algo “roubado, invadido ou assaltado”.