A imprensa internacional repercute neste domingo (17/04) o início do processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para o jornal argentino Página/12, o Brasil escolhe hoje “entre Dilma e o golpe brando”.
No texto, o periódico relatou o discurso de Dilma que foi lido na manifestação contra o golpe que ocorreu em Brasília no sábado (16/04). “Democracia ou barbárie: este domingo, na votação do impeachment, estará em jogo a vontade soberana de nosso povo, fundamento dos regimes democráticos em todos os países civilizados”, disse a presidente.
Agência Efe
Câmara dos Deputados vota hoje se admite ou não processo de impeachment contra Dilma Rousseff
De acordo com o jornal, no ‘bunker’ do vice-presidente Michel Temer (PMDB), há a consciência de que, se ele chegar ao Planalto “pela janela”, “corre o risco de que a comunidade internacional o receba como um meio presidente, comparável ao ex-vice-presidente paraguaio Federico Franco, que ocupou a chefia de Estado depois de conspirar contra Fernando Lugo, deposto por um golpe institucional em 2012”.
“Pela dimensão diplomática e geopolítica do Brasil, resulta improvável que um governo de exceção conduzido por Temer seja suspenso do Mercosul como foi o de Franco. Mas sua legitimidade será questionada, como se depreende das declarações formuladas em Brasília pelo secretário-geral da OEA Luis Almagro, e pelo titular da Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas”, diz o Página/12.
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La Jornada
O mexicano La Jornada noticiou, também, a manifestação de ontem, que teve a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do líder do MST João Pedro Stédile, trazendo uma entrevista com este último.
Para Stédile, “Temer será o nosso Macri”, em referência ao presidente argentino Mauricio Macri, de direita. “Um governo de Temer seria totalmente alinhado aos interesses estadunidenses. Como há disse, Temer seria nosso Macri, mas sem ter sido eleito. Centrando-nos nos Estados Unidos, creio que o mais grave é que estão aplicando uma política para que suas empresas dominem nossa economia”, afirma.
Por sua vez, a emissora multiestatal teleSUR registra a votação deste domingo. “Os brasileiros despertam neste domingo com as expectativas do que poderá acontecer na Câmara dos Deputados, em que se realizará a votação definitiva para decidir sobre a admissibilidade do processo de julgamento político contra a presidenta Dilma Rousseff, uma medida que foi classificada como um golpe à democracia.”
Jornais como o argentino Clarín, o uruguaio El Pais, o francês Le Monde e o norte-americano The New York Times também trazem, em suas edições eletrônicas deste domingo, coberturas sobre a votação de impeachment.
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