O impeachment da presidente Dilma Rousseff pode resultar no fim das investigações da Operação Lava Jato, afirmou na segunda-feira (18/04) o jornal britânico The Guardian, que classificou o processo como “uma tragédia e um escândalo”.
De acordo com o editorial, “agora muitos temem que a campanha anticorrupção desaparecerá, com exceção de uma concentração final de fogo em Lula”.
O jornal afirma que o vice-presidente, Michel Temer, enfrentará os mesmos problemas de Dilma Rousseff, “e suas chances de lidar com eles [problemas] de maneira efetiva devem ser classificadas como baixas”.
“É difícil imaginar um cenário mais sombrio para o Brasil”, acrescenta a publicação.
The Guardian diz que o processo de impeachment, “longe de resolver a polarização política e social do Brasil, exacerbou ambas”.
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O muro de aço na Esplanada dos Ministérios em Brasília para separar manifestantes a favor e contra o impeachment no domingo (17/04) foi um “símbolo” de até onde a polarização no país chegou, de acordo com o texto.
Agência Efe
Segundo jornal, processo de impeachment, “longe de resolver a polarização política e social do Brasil, exacerbou ambas”
O editorial considera “paradoxal” o fato de Dilma não estar envolvida nas investigações sobre corrupção na Petrobras que são a base da Operação Lava Jato. Segundo a publicação, as motivações que deram origem ao processo de impeachment da chefe de Estado – as chamadas “pedaladas fiscais” – não seriam mais do que um “delito de menor gravidade” de acordo com padrões brasileiros.
“No entanto, todos aqueles envolvidos em seu impeachment são suspeitos de corrupção, incluindo Eduardo Cunha, o presidente da Câmara”.