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A presidente afastada Dilma Rousseff criticou nesta segunda-feira (16/05) o posicionamento do Ministério das Relações Exteriores do governo Michel Temer em relação a países latino-americanos e a Unasul, que se manifestaram contra a aprovação do processo de impeachment da mandatária.
Roberto Stuckert Filho PR
Segundo Dilma, reações de governos e setores da opinião pública mundial expressam “indignação” diante de “farsa jurídica”
“A reação de governos estrangeiros e de importantes setores da opinião pública mundial, entre eles o secretário-geral da OEA [Luis Almagro, da Organização dos Estados Americanos], expressa a indignação internacional diante da farsa jurídica aqui montada”, afirmou Dilma por meio de suas redes sociais.
Na sexta-feira (13/05), o Itamaraty – agora comandado por José Serra – divulgou comunicado rejeitando as opiniões proferidas pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e pelos Executivos de Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua e El Salvador em relação ao afastamento de Dilma.
A chefe de Estado manifestou preocupação “de que essas práticas, travestidas de legalidade, possam se espalhar por outras partes do mundo, especialmente na América Latina, promovendo a desestabilização de governos legítimos e revertendo as grandes conquistas sociais e democráticas alcançadas nos últimos 15 anos”.
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No texto, Dilma diz também que os governos e povos da América Latina estão “preocupados” com as ameaças feitas por José Serra contra o Mercosul e com “sua disposição de estabelecer acordos econômicos e comerciais profundamente lesivos ao interesse nacional”.
Segundo a presidente, as forças políticas que “pretendem” dirigir a política externa brasileira não têm “autoridade política ou moral para invocar o princípio de soberania”.
José Serra disse que “subirá o tom” se for necessário para responder às “falsidades” a respeito do processo político interno do país.
Nesta segunda-feira (16/05), o Itamaraty acusou El Salvador de “desconhecer a Constituição e a legislação brasileira”, após o país centro-americano anunciar no sábado (14/05) que não reconhece o Executivo interino de Temer e sua intenção de convocar de volta sua embaixadora no Brasil, Diana Marcela Vanegas.