Os serviços de inteligência do Afeganistão confirmaram neste domingo (22/05) a morte do principal líder dos talibãs, o mulá Akhtar Mansour, em um ataque neste sábado (21/05) com drones norte-americanos no território do Paquistão, em uma região próxima à fronteira entre os dois países.
“O líder talibã, Akhtar Mansour, morreu ontem em um ataque aéreo na região de Dalbandin, no Baluchistão, no Paquistão”, disse à Agência Efe Jamil Sultani, vice-porta-voz do Diretório de Segurança Nacional (NDS). Em comunicado divulgado pelo NDS, o órgão de inteligência explicou que o ataque aéreo aconteceu às 15h45 (horário local) de sábado.
EFE
Líder dos talibãs foi morto neste sábado (22/05) no Paquistão
Líder dos talibãs foi morto neste sábado (22/05) no Paquistão
“Akhtar Mansour, que estava sob vigilância há muito tempo, viajava ontem em um veículo com seus companheiros na região de Dalbandin, onde foi alcançado e abatido”, diz a nota, que pede ainda para os talibãs “abandonarem as armas”.
O órgão defendeu que os ataques terroristas ou suicidas não são justificados pelo islã ou pelos “princípios humanos” e informou que as forças de segurança afegãs continuarão “sua luta pela paz e a estabilidade”.
NULL
NULL
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que o ataque que matou o líder talibã enviou “uma clara mensagem para o mundo que nós continuamos ao lado dos nossos parceiros afegãos”. Segundo Kerry, Mansour “representava uma constante ameaça iminente às tropas dos EUA no Afeganistão, aos civis afegãos e às forças de segurança afegãs”. “Paz é o que queremos, Mansour era uma ameaça a esse esforço”, declarou o secretário de Estado em pronuciamento à imprensa em Mianmar neste domingo.
EFE
O mulá Mansour foi apontado como o líder dos talibãs depois que o governo afegão revelou, em julho do ano passado, que o fundador e líder histórico do grupo, o mulá Omar, tinha morrido em 2013. Discutida entre os talibãs, a nomeação de Mansour à liderança do grupo levou a cisões e chegou a provocar um confronto militar aberto entre os apoiadores de Mansour e os liderados pelo mulá Rasul.
Apesar essa disputa interna, os talibãs ganharam mais espaço desde o final da missão de combate da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Afeganistão, no fim de 2014, e cometeram ataques com grandes baixas e chegaram a tomar o controle da cidade de Kunduz, no norte do país.
Desde o final de 2015, de acordo com o governo norte-americano, os talibãs controlam aproximadamente um terço do território afegão.
(*) Com informações da Agência Efe