O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, declarou nesta quarta-feira (15/06) que a saída britânica da União Europeia, conhecida como “Brexit”, seria o início da “desintegração” do bloco. Os britânicos irão às urnas no dia 23 de junho para votar se desejam ou não permanecer na UE.
“[A saída britânica] seria um choque para a UE que necessitaria de garantias para que a UE continue unida e para que um processo de integração muito bem-sucedido há décadas não termine entrando em desintegração”, disse Steinmeier durante uma entrevista coletiva ao lado do chanceler francês, Jean-Marc Ayrault, nas proximidades de Berlim.
EFE
Chanceler francês, Jean-Marc Ayrault (à esquerda): Brexit “é uma realidade que não queremos”
“Nós dois podemos dizer que desejamos que a maioria no Reino Unido tome a decisão certa, e, do nosso ponto de vista, a decisão certa só pode ser permanecer na Europa”, disse Steinmeier, acrescentando que o país “faria muita falta” ao continente caso opte por sair.
De acordo com o mais recente levantamento feito pelo jornal britânico Financial Times, que reúne diversas pesquisas de intenção de voto sobre o referendo e faz uma média de seus resultados, a diferença é apertada: 47% dos britânicos são a favor da saída e 44% desejam permanecer no bloco.
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Ayrault afirmou que a Brexit é “uma realidade que nós não queremos” e que as pesquisas irão oscilar “até os últimos momentos”. “A Europa não pode ser estática, precisa continuar se movendo. Hoje, ela enfrenta contradições, lentidões, dificuldades, ansiedades e medos”, disse o ministro das Relações Exteriores da França, acrescentando que deseja “dar um novo dinamismo” ao continente.
Também nesta quarta-feira, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, afirmou que o governo britânico precisaria cortar gastos públicos caso a Brexit se concretize. “Se formos por esse caminho, se sairmos da UE, impostos irão aumentar, gastos públicos serão cortados, e nós viveremos com as consequências por muitos anos”, disse Osborne durante uma entrevista a um programa de rádio da emissora BBC. Ele classificou o referendo como “decisão irreversível”.
O governo do primeiro-ministro David Cameron é oficialmente favorável à permanência no bloco, embora essa posição não seja um consenso dentro do Partido Conservador, do qual Cameron faz parte. Uma das principais vozes pró-Brexit, o ex-prefeito de Londres e parlamentar Boris Johnson, também é do Partido Conservador.