O resultado do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia derrubou nesta sexta-feira (24/06) a cotação da libra esterlina para o menor valor em 31 anos, e causou perdas de até 8,7% nas principais bolsas do continente. Nesta quinta (23/06), 52% dos eleitores do país votaram a favor da ‘Brexit’.
O valor da libra já estava caindo durante a apuração dos votos, chegando a perder 8% do valor em frente ao dólar.
Agência Efe
Mercados reagiram com nervosismo ao resultado do referendo; libra chegou a menor valor em 31 anos
No começo da manhã em Londres, a queda da moeda chegou a 10%, puxando também o euro para baixo. A libra, assim, chegou a seu menor valor desde 1985. No começo da tarde, ela já havia se recuperado um pouco, mas ainda caía cerca de 8%.
As principais bolsas do mundo – de Tóquio a Nova York – também caíram assim que os mercados abriram. A bolsa da capital japonesa despencou 7,92%, no menor nível desde outubro de 2014. O índice CAC 40, de Paris, caía 6,79% no final da tarde na Europa; Londres, -2,26%; Frankfurt, -5,75%; Madri, -10,56%. O índice Dow Jones, negociado em Nova York, abriu com queda de 2,25%.
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Reações
Horas após a divulgação do resultado, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou nesta sexta-feira (24/05) sua intenção de renunciar em outubro.
Em declaração na porta da residência oficial de Downing Street, Cameron, que fez campanha pela permanência do Reino Unido no bloco, disse que o povo britânico se manifestou e essa vontade deve ser respeitada.
O presidente honorário do partido republicano da Irlanda do Norte, Declan Kearney, afirmou nesta sexta-feira que a vitória do “brexit” no conjunto do Reino Unido deve impulsionar a convocação de um referendo sobre a unidade da Irlanda.
Na Escócia, onde o “sim” para continuar na UE foi contundente, a ministra-chefe, Nicola Sturgeon, poderia impulsionar um segundo referendo pela independência como sugeriu durante a campanha.
O líder do ultradireitista UKIP (Partido pela Independência do Reino Unido), Nigel Farage, qualificou a data de hoje como “o dia da independência”, e afirmou que se trata do triunfo de gente “decente” que enfrentou grandes corporações e os bancos, que pediam a permanência britânica na UE.