A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta terça-feira (28/06) que o Reino Unido não poderá manter o acesso ao mercado único da UE (União Europeia) se negar a livre circulação de cidadãos da comunidade em seu território.
Agência Efe
Angela Merkel afirma que Reino Unido não poderá manter seus atuais “privilégios” como membro da UE se não assumir obrigações
“Acesso ao livre ao mercado comum alcança aquele que aceita as quatro liberdades fundamentais europeias: a de pessoas, bens, serviços e capital”, afirmou a chanceler em discurso à câmara baixa do parlamento alemão.
A declaração de Merkel indica a posição alemã antes da reunião de cúpula de líderes que começa nesta terça-feira em Bruxelas, centrada no impacto sobre o “Brexit” (a saída do Reino Unido da União Europeia).
De acordo com a chanceler, o Reino Unido não poderá manter os atuais “privilégios” como membro da UE se não assumir, por sua vez, as obrigações correspondentes.
“Deve haver e haverá uma diferença palpável entre ser e não ser parte da família europeia. Quem deseja sair desta família não pode esperar que as obrigações desapareçam e que se mantenham os privilégios”, disse.
A chanceler citou o exemplo da Noruega, um país que não pertence à União Europeia mas que cumpre uma série de requisitos e obrigações para ter direito de acesso ao mercado único.
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Sobre os prazos para o “Brexit”, Merkel disse que o Reino Unido deverá decidir quando informar aos membros sua vontade de deixar o bloco europeu para iniciar o processo de saída.
No entanto, ela disse a seus “amigos britânicos que não se deixem enganar” e afirmou novamente que não haverá negociações, formais ou informais, antes de o Reino Unido ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que regula o desligamento de membros do bloco.
A chanceler disse também que seu país buscará que a futura relação com o Reino Unido seja “estreita e amistosa”, porque seu país se beneficiará dessa situação. Segundo ela, as negociações para a saída britânica da União Europeia deverão ocorrer em um clima cordial, pois os britânicos continuam sendo parceiros instituições como a Otan.
De acordo com ela, não é contraditório afirmar que a Alemanha e a UE se guiarão por seus “próprios interesses” quando negociarem com o Reino Unido, já que este passará a ser considerado um “terceiro país”.
Merkel declarou também que a União Europeia é “forte o suficiente” para continuar sem o Reino Unido e para ser bem-sucedida na defesa de seus interesses.
(*) Com Agência Efe