Atualizada às 9h27
O aeroporto internacional de Istambul, na Turquia, alvo de um ataque suicida na terça-feira (28/06) que deixou 41 mortos e pelo menos 239 feridos, reabriu após ficar fechado por cerca de cinco horas.
Agência Efe
Equipes fazem o atendimento de vítimas de ataque ao principal aeroporto de Istambul nesta terça
Entretanto, há poucos voos regulares até o momento. De acordo com informações do aeroporto, a maioria dos voos segue cancelados ou atrasados.
Um piloto da companhia aérea Turkish Airlines disse à Agência Efe que viu aterrissar um pequeno avião e decolar outro de sua linha aérea, mas considerou que ainda não é possível recuperar a normalidade.
“Não é fácil reabrir o aeroporto ao tráfego. Houve explosões tanto no terminal de chegada como no de partida”, explicou o piloto, cujo voo para um país estrangeiro previsto para esta quarta-feira (29/06) foi cancelado.
“A Bélgica demorou uma semana para reabrir seu aeroporto. Este é o caminho certo”, disse o piloto, em referência aos ataques em Bruxelas em 22 de março deste ano que causaram 32 mortes.
O Instituto Legista Turco informou que já foram identificadas 27 vítimas. De acordo com a emissora CNNTurk, há estrangeiros entre os mortos, mas não foram divulgadas informações oficiais sobre suas nacionalidades.
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Três pessoas armadas com fuzis Kalashnikov abriram fogo no controle do terminal de chegada de voos internacionais do aeroporto de Atatürk nesta terça.
Na sequência, dois deles detonaram no terminal os explosivos que carregavam, e o terceiro no estacionamento. Os três morreram nos ataques.
Uma das últimas chegadas ao aeroporto tinha sido o avião onde viajava o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, que aterrissou justamente no momento da ação.
“Estes terroristas não têm religião, nenhuma fé, não são diferentes dos bárbaros”, escreveu Rama em seu Twitter.
Os voos que chegaram no período em que o aeroporto esteve fechado foram encaminhados para a cidade de Esmirna, localizada cerca de 300 quilômetros do sudoeste de Istambul.
Governo atribui ação a EI
Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, os primeiros indícios da investigação apontam o grupo jihadista EI (Estado Islâmico) como autor do ataque ao aeroporto Atatürk de Istambul.
Em declaração à emissora NTV, ele lembrou que o ataque foi mais grave que os anteriores registrados no país porque os agressores utilizavam armas automáticas.
A maior cidade turca tem sido alvo de ataques recentes nos últimos meses. No início de junho, a explosão de um carro-bomba no centro da cidade deixou ao menos 11 mortos. Em março, um ataque em uma rua turística de Istambul matou cinco pessoas e feriu mais de 30. Dias antes, na capital Ancara, pelo menos 34 morreram após um carro-bomba explodir.
A autoria dos ataques foi reivindicada pelo Estado Islâmico e pelo grupo guerrilheiro curdo TAK (sigla para “Falcões pela Liberdade do Curdistão”).
A Turquia faz parte da coalizão militar liderada pelos Edtados Unidos que age contra o EI no Oriente Médio. Além disso, o país age militarmente contra grupos curdos, que o governo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, classifica como terroristas.
“Há uma ameaça global e o objetivo é matar gente inocente. A luta contra o terrorismo tem que ser assumida por todos. É significativo que este ataque tenha sido realizado logo quando estamos normalizando as relações com nossos vizinhos”, disse Yildirim, em alusão ao acordo para retomar relações diplomáticas com Israel nesta semana e as tentativas de reconciliação com a Rússia.
(*) Com Agência Efe