Autoridades alemãs revelaram neste domingo (24/07) que o massacre de Munique não foi improvisado nem provocado por um momento de loucura transitória. A investigação aponta que o jovem David Sonboly, que matou nove pessoas e feriu 35, estava há um ano planejando o ataque. Além disso, o autor do ataque deixou um manifesto, cujo conteúdo está sendo analisado pela polícia.
A polícia alemã revelou também que o jovem alemão-iraquiano de 18 anos era obcecado por matanças e as colecionava com recortes de jornais. Em seu quarto foram encontrados livros e publicações sobre episódios violentos na casa do agressor. Ele também teria feito pesquisas sobre casos passados, incluindo sobre o ataque que completou cinco anos na sexta em Oslo, na Noruega, que deixou 77 mortos.
Agência Efe
Flores e doces foram colocados em frente ao Shopping Olympia em homenagem às vítmas
Após uma busca no quarto do jovem não foi encontrado qualquer vínculo que possa apontar para uma possível filiação ao EI (Estado Islâmico): “Com base nas buscas, não há indicação alguma de uma conexão com o Estado Islâmico”, disse o chefe de polícia de Munique, Hubertus Andrae. Ele também refutou qualquer ligação do caso com a questão dos refugiados no país.
Por hora, os investigadores acreditam que as motivações de Sonboly tenham sido uma mescla de disputas com seus colegas da escola – o jovem sofria bullying – e problemas psiquiátricos – ele estava em tratamento para curar a depressão e ansiedade.
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A arma do crime foi comprada pela internet e tem como origem a Eslováquia. O jovem não tinha licença e o número de série da arma foi apagado.
A partir do episódio, autoridades alemãs começaram a discutir se está sendo feito o suficiente para controlar o fluxo de armas, tema até então inédito no país europeu. “Temos que seguir fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para limitar o acesso a armas mortais”, afirmou o ministro de Economia, Sigmar Gabriel.
Nesse sentido, ministros influentes e próximos à chanceler Angela Merkel pediram que as leis de armamento sejam revisadas. A Alemanha ocupa o quarto lugar mundial em posse de armas, atrás apenas de Estados Unidos, Suíça e Finlândia.