A Justiça italiana condenou nesta terça-feira (26/07) quatro dos cinco acusados no novo processo pelo “massacre de Capaci”, que matou o juiz antimáfia Giovanni Falcone e mais quatro pessoas, à prisão perpétua.
A Corte de Apelação de Caltanissetta, na Sicília, no sul do país, considerou responsáveis pelo atentado os réus Salvo Madonia, Giorgio Pizzo, Cosimo Lo Nigro e Lorenzo Tinnirello, que pertencem à máfia Cosa Nostra. Em 23 de maio de 1992, explosivos colocados na estrada A29, em Capaci, nos arredores de Palermo, capital siciliana, foram acionados no momento em que passava o carro de Falcone.
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Giovanni Falcone e outras quatro pessoas morreram em atentado em 1992
O ataque também vitimou a esposa do magistrado, Francesca Morvillo, e três agentes de sua escolta: Vito Schifani, Rocco Dicillo e Antonio Montinaro. Falcone havia se tornado um dos protagonistas do combate à máfia na Itália ao jogar luz sobre o domínio que a Cosa Nostra exercia na Sicília.
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Além da prisão perpétua, a Corte impôs aos quatro réus 18 meses de isolamento diurno. O quinto acusado, Vittorio Tutino, foi absolvido. “É uma sentença que satisfaz as partes civis, ainda que tenha havido uma absolvição”, declarou o advogado da família Falcone, Francesco Crescimanno.
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Em 23 de maio de 1992, explosivos na estrada foram acionados no momento em que passava o carro de Falcone
Segundo a acusação, Madonia foi um dos mandantes do atentado, enquanto os outros condenados participaram da fase de preparação dos explosivos que mataram o magistrado siciliano. Em 1993, o ex-chefe da máfia Salvatore “Totò” Riina, considerado o mais sanguinário dos mafiosos, já havia sido condenado à prisão perpétua pelo homicídio.
O novo processo foi aberto após a delação premiada do ex-matador de aluguel da máfia Gaspare Spatuzza, que revelou detalhes inéditos sobre o caso e o envolvimento de mais pessoas do que se imaginava anteriormente.
Lia Sava, procuradora-adjunta de Caltanissetta, anunciou que haverá um novo processo no qual será acusado Matteo Messina Denaro, chefe da máfia, que se encontra foragido. Ele é considerado pela Procuradoria como um dos mandantes do atentado que matou Falcone e também do atentado que matou o juiz antimáfia Paolo Borsellino e cinco agentes de sua escolta, em 19 de julho de 1992, em Palermo.
*Com ANSA