A IFJ (Federação Internacional de Jornalistas) divulgou um comunicado nesta quinta-feira (04/08) em que alerta sobre as tentativas do governo interino de Michel Temer de “desmantelar” a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) após os Jogos Olímpicos.
Em nota divulgada em seu site, a entidade pede que os jornalistas estrangeiros informem também sobre os “jogos políticos” que ocorrem “nos bastidores” do país.
EBC
FIJ critica “interferência” do governo de Michel Temer na Empresa Brasil de Comunicação
Segundo a nota da IFJ, desde a posse de Temer como presidente interino houve “uma série de mudanças perturbadoras” na EBC.
A federação diz ter escrito à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para que a entidade “atue para defender e promover a democracia” no Brasil em relação aos veículos de imprensa.
De acordo com a IFJ, a “interferência” do governo Temer alcançou seu “auge” em maio com a exoneração do presidente da EBC, Ricardo Melo (empossado duas semanas antes pela presidente afastada, Dilma Rousseff), a demissão repentina de jornalistas considerados críticos ao governo e o cancelamento de programas de televisão.
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“O governo interino continua a colocar pressão sobre a EBC e anunciou planos para fechá-la ou pelo menos modificar sua missão logo depois dos Jogos Olímpicos”, que se iniciam nesta sexta-feira (05/08) no Rio de Janeiro.
Na nota, a IFJ também critica o desmantelamento do conselho de administração da EBC, que garante a independência da empresa diante de interesses privados e políticos.
A entidade lembra também que a situação da EBC também foi criticada pela ONU e pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) que consideraram a interferência como “passos negativos”.
“Essas medidas constituem um insuportável jogo politico que viola a lei e representa ameaças à liberdade de imprensa e de expressão no Brasil”, diz o presidente da IFJ, Philippe Leruth.
Segundo o comunicado, tanto a IFJ como a FEPALC (Federação de Jornalistas da América Latina e o Caribe) e a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) “instam a jornalistas estrangeiros que cobrem os Jogos Olímpicos que falem destes ataques ao serviço público de radiodifusão do Brasil e dos perigos que representa uma indústria de veículos de imprensa cada vez mais concentrada, uma das maiores barreiras à democracia real”.
(*) Com Agência Efe