O jornal francês Le Monde afirmou em editorial, na sexta-feira (26/08), que o processo de impeachment de Dilma Rousseff , em fase final de julgamento no Senado, é um “golpe ou “farsa” que tem como “vítima” a população brasileira.
O texto diz que a mandatária, atualmente afastada do cargo, vive “os últimos dias” a frente de seu governo, e que “praticamente não há mais dúvidas” sobre o resultado de seu julgamento.
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De acordo com o editorial, Dilma cometeu “erros políticos, econômicos e estratégicos”. Entretanto, “sua expulsão, motivada por peripécias contábeis às quais ela recorreu bem como muitos outros presidentes, não ficará para a posteridade como um episódio glorioso da jovem democracia brasileira”.
Segundo a publicação, o afastamento da presidente teve como pano de fundo reivindicações da população em áreas como saúde, educação e segurança, além de denúncias do “escândalo” da Petrobras.
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“A ironia quis que a corrupção fizesse milhões de brasileiros saírem para as ruas nos últimos meses, mas que não fosse ela a causa da queda de Dilma Rousseff. Pior: os próprios arquitetos de sua derrocada não são santos”, diz o texto.
Agência Efe
Senado vota processo de impeachment de Dilma Rousseff
O editorial faz então críticas ao “homem que deu início ao processo de impeachment”, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, acusado de envolvimento em casos de corrupção e de lavagem de dinheiro, e ao presidente interino Michel Temer, “considerado inelegível durante oito anos por ter ultrapassado o limite permitido de doações de campanha”.
O jornal lembra também que o Senado possui um terço de seus representantes implicados em processos judiciais, de acordo com o site Congresso em Foco.
“Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os brasileiros”, conclui o texto.