O Ministério das Relações Exteriores (MRE), comandado por José Serra, anunciou na noite de quarta-feira (31/08) que chamou de volta o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira. A atitude vem após o governo venezuelano chamar seu representante em Brasília, por conta do impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff.
Em comunicado, o Itamaraty diz que “repudia os termos do Comunicado emitido pelo Governo venezuelano”, em que Caracas afirma que o “golpe de Estado parlamentar (…) perigosamente substituiu ilegitimamente a vontade popular de 54 milhões de brasileiros, violando a Constituição e alterando a democracia desse país irmão”.
Para a chancelaria venezuelana, “foi executada uma traição histórica contra o povo do Brasil e um atentado contra a integridade da mandatária mais honesta no exercício da presidência da República Federativa do Brasil”.
De acordo com o ministério, o texto “revela profundo desconhecimento da Constituição e das leis do Brasil e nega frontalmente os princípios e objetivos da integração latino-americana.” “À luz das circunstâncias, o Governo brasileiro decidiu chamar seu Embaixador em Caracas para consultas.”
Wilson Dias/Ag. Brasil
Ministério das Relações Exteriores, comandado por Serra, chamou embaixador na Venezuela de volta
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Outros países
Além da Venezuela, Equador e Bolívia também anunciaram que irão retirar seus embaixadores de Brasília.
“Estamos convocando a nosso embaixador no Brasil para assumir as medidas que neste momento se aconselham”, escreveu o presidente da Bolívia, Evo Morales, em uma postagem no Twitter.
O presidente do Equador, Rafael Correa, tomou atitude semelhante. “Destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada”, escreveu Correa em seu Twitter, sem explicitar se isso significa uma ruptura nas relações com o governo brasileiro, que passa a ser presidido por Temer.
“Jamais honraremos essas práticas, que nos recordam as horas mais obscuras de nossa América. Toda a nossa solidariedade com a companheira Dilma, com Lula e com todo o povo brasileiro. Até a vitória, sempre!”, finalizou Correa.