O Senado e a Câmara dos Estados Unidos derrubaram nesta quarta-feira (28/09) o veto do presidente do país, Barack Obama, ao projeto de lei que permitirá às famílias do ataque do 11 de setembro de 2001 processarem a Arábia Saudita por qualquer envolvimento que o país possa ter tido no incidente.
Obama havia vetado a medida na sexta-feira (23/09), alegando que ela “diminui os interesses principais dos EUA” e pode “criar complicações” nas relações diplomáticas dos EUA com outros países. O texto reaprovado nesta sexta permite que as famílias das vítimas do ataque às Torres Gêmeas e ao Pentágono processem a Arábia Saudita se o país for considerado legalmente responsável por ter apoiado os ataques, visto que 15 dos 19 extremistas autores do incidente eram sauditas. As autoridades do país já haviam negado a acusação e se colocado contra o projeto de lei.
Agência Efe
Veto de Obama a projeto de lei do 11/9 foi derrubado pelo Senado
“Eu tenho profunda empatia pelas famílias vítimas dos ataques terroristas do 11/9, que sofreram muito, mas aprovar a lei não iria nem proteger os norte-americanos de ataques terroristas futuros nem melhorar a efetividade de nossas respostas a tais ataques”, afirmou Obama por meio de comunicado.
A proposta, porém, havia sido aprovada por unanimidade pelo Congresso norte-americano antes de ser enviado ao presidente, de modo que, nesta segunda, dos 98 senadores que votaram por derrubar o veto de Obama, apenas um apoiou a decisão do mandatário — o líder da minoria democrata, Harry Reid (Nevada). Na Câmara, a derrubada do veto foi aprovada por 348 deputados a favor, e 77 contra.
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Esta é a primeira vez que um veto de Obama é derrubado pelo Congresso do país desde que ele assumiu a presidência, em 2010.
Segundo um dos corredatores da proposta, o senador democrata Charles E. Schumer (Nova York), derrubar o veto não foi uma decisão fácil, “mas foi importante neste caso para que as famílias das vítimas do 11/9 busquem justiça, ainda que esta busca cause alguns desconfortos diplomáticos”.
Em apoio à lei, também se pronunciou a candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, ex-secretária de Estado do governo Obama. Uma porta-voz de Clinton disse na sexta, após a decisão do atual mandatário, que a candidata aprovaria a lei se ela fosse presidente.
O diretor da CIA, John Brennan, se manifestou pela manutenção do veto, por meio de comunicado divulgado hoje. Nele, Brennan afirmou que a proposta poderia ter consequências para os militares em serviço no exterior. “O princípio da imunidade de soberania protege militares dos EUA todos os dias e está baseado na reciprocidade. Se nós falharmos em manter esse padrão para outros países, colocamos nossos próprios oficiais em perigo”, disse.