Em 24 de junho de 1812, o chamado “Grande Exército” do imperador Napoleão I atravessou o rio Niemen e força as fronteiras do império do czar Nicolau I. As tropas napoleônicas, reforçadas por cerca de 700 mil combatentes, penetraram sem dificuldades no interior da Rússia até Moscou. Contudo, diante da resistência moscovita e da recusa da Rússia de negociar, Napoleão ordenaria a retirada. Esta operação se mostraria desastrosa em razão do rigor do inverno e da falta de abastecimento e apoio logístico. Em 30 de dezembro, o exército, reduzido a cerca de 50 mil homens, cruzaria o Niemen de volta.
Em seguida a rejeição por parte do czar Alexandre I ao Sistema Continental proposto por Napoleão, o imperador francês ordena que seu Grande Armée, a maior força militar até antão reunida, que preparasse a invasão da Rússia. O enorme exército incluía tropas de todos os países europeus sob o domínio do império francês.
Durante os primeiros meses da invasão, Napoleão foi forçado a combater contra um aguerrido exército russo em constante recuo. Recusando-se a se confrontar com todo o seu potencial às forças de Napoleão, superior em número, as tropas russas sob o comando do general Mikhail Kutuzov aplicava a estratégia de terra arrasada, queimando tudo à medida que recuava cada vez mais profundamente em território russo. Em 7 de setembro, travou-se a inconclusa batalha de Borodino em que ambas as partes sofreram terríveis baixas. Em 14 de setembro, Napoleão chega às portas de Moscou na esperança de lá encontrar os suprimentos de que necessitava crucialmente. Porém, ao investir, encontrou a cidade com quase toda a população evacuada e o exército russo recuando novamente. Logo no começo da manhã seguinte, patriotas russos abrem fogo por toda a cidade e os quartéis de inverno do Grande Armée são destruídos.
Depois de esperar um mês pela rendição russa, que nunca aconteceu, Napoleão, deparando-se com a chegada do intenso inverno russo, viu-se obrigado a ordenar que seu famélico e exausto exército deixasse Moscou em retirada.
Durante sua desastrosa retirada, o exército de Napoleão sofreu um contínuo assédio de um repentinamente agressivo e impiedoso exército russo. Acossado pela fome e pelas investidas mortais dos cossacos, o dizimado exército alcança as margens do rio Berezina, no final de novembro, mas vê seu caminho bloqueado pelas tropas russas. Em 27 de novembro, forçou a passagem pelo rio Studenka (“gelado”, em russo) e, quando o grosso de seu exército atravessou o rio dois dias depois, foi obrigado a queimar as pontes provisórias atrás de si, abandonando a sua própria sorte cerca de 10 mil soldados perdidos no outro lado do rio.
A partir dali, a retirada tornou-se praticamente uma fuga. Em 8 de dezembro, Napoleão permitiu que o que restou de seu exército retornasse a Paris. Seis dias mais tarde, finalmente o Grande Armée escapou da Rússia, tendo sofrido uma perda de mais de 600 mil homens durante a desastrosa invasão.
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