Em 19 de julho de 1799, durante a campanha de Napoleão Bonaparte no Egito, um soldado francês descobre na cidade de Roseta, cerca de 56 quilômetros ao norte de Alexandria, um bloco de pedra basáltico negro inscrito com antiga escrita.
A pedra, de formato irregular, continha fragmentos de texto escritos em três diferentes estilos de caligrafia: grego, hieróglifos egípcios e demótico egípcio. O grego antigo da Pedra de Roseta, dizem os arqueólogos, foi inscrito por religiosos em honra ao rei do Egito, Ptolomeu V, no segundo século a. C. Mais espantoso é que a passagem em grego anunciava que os três estilos de caligrafia tinham todos o mesmo significado. A relíquia, por conseguinte, continha a chave para resolver o enigma dos hieróglifos, uma linguagem escrita extinta havia cerca de dois mil anos.
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A Pedra de Roseta, exposta no Museu Britânico, em Londres
Quando Napoleão, um imperador conhecido por sua ampla visão da educação, arte e cultura, invadiu o Egito em 1798 e trouxe consigo um grupo de estudiosos, que foram orientado a levar à França todas as relíquias que considerassem de interesse cultural ou artístico. Pierre Bouchard, um dos soldados de Napoleão, soube calcular o valor da pedra basáltica, que tinha quase 1,4 m de comprimento e 85 cm de largura num forte perto de Roseta. Quando os britânicos derrotaram Napoleão em 1801, se apropriaram da Pedra de Roseta.
Diversos estudiosos, entre os quais o inglês Thomas Young, fizeram algum progresso na decifração inicial dos hieróglifos da Pedra de Roseta. Porém, foi o egiptólogo francês Jean-François Champollion (1790-1832), ele mesmo professor de idiomas antigos, que finalmente decifrou os hieróglifos, valendo-se de seu conhecimento de grego como guia.
Os hieróglifos usavam figuras para representar os objetos, sons e grupos de sons. Uma vez que as inscrições da Pedra de Roseta foram traduzidas, a linguagem e a cultura do Antigo Egito foram repentinamente abertas aos cientistas como nunca antes.
A Pedra de Roseta está alojada no Museu Britânico, em Londres, desde 1802, com exceção de um breve período durante a Primeira Guerra Mundial. À época, funcionários do museu levaram-na para um abrigo subterrâneo, junto com outros itens insubstituíveis da coleção do museu, a fim de proteger as relíquias da ameaça de bombas.
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