Em 2 de agosto de 1934, falece Paul von Hindenburg, presidente da República de Weimar da Alemanha, abrindo as portas para a tirania nazista de Adolf Hitler, designado chanceler em janeiro de 1933.
A vida de Hindenburg foi sempre banhada pela tradição militar prussiana. Seu pai havia sido um oficial prussiano e o próprio Hindenburg, com 19 anos, lutou na Guerra das Sete Semanas contra a Áustria e mais tarde, na Guerra Franco-Prussiana. Foi finalmente promovido ao posto de general antes de se retirar da carreira militar em 1911.
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Adolf Hitler e Paul von Hindenburg, em 1933
No entanto, foi durante a Primeira Guerra Mundial que Hindenburg viria a ser uma figura proeminente nacionalmente. Foi convocado para ser o lugar tenente do major-general Erich Ludendorff, um eminente estrategista militar. Ludendorff havia sido bem sucedido em expulsar os invasores russos da Prússia oriental – porém o crédito dessa façanha foi atribuído a Hindenburg.
Assim que a guerra prosseguia, a estatura de Hindenburg foi sendo elevada a proporções épicas, chegando a influenciar o imperador Wilhelm II para fazer dele o comandante de todas as forces militares, a despeito das dúvidas quanto às qualidades estratégicas de Hindenburg. De fato, graves erros de cálculo da parte de Hindenburg resultaram na derrota da Alemanha que não titubeou em atribuí-la a Ludendorff. Por seu lado, Ludendorff e os generais acusaram os políticos de responsáveis pela derrota.
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Monarquista apreciador de regimes autoritários, Hindenburg não obstante assumiu as rédeas de um governo republicano pós-guerra como presidente em 1925. Temeroso das tensões sociais lideradas tanto pelas correntes de esquerda quanto dos extremistas de direita, e à luz da Depressão e dos duros termos do Tratado de Versalhes que exigia pesadas reparações da Alemanha, Hindenburg autorizou seu chanceler, Heinrich Bruning, a dissolver o Reichstag (parlamento) caso necessário e a convocação de novas eleições, como de fato ocorreu. Essas novas eleições fizeram o Partido Nazista passar a ser o segundo maior partido no Reichstag.
Reeleito presidente em 1932, Hindenburg já tinha perdido o apoio de muitos dos elementos mais conservadores de seu governo, que se bandearam para o partido de Hitler, ao qual viam como a chave para o restabelecimento do prestígio germânico bem como o baluarte contra o avanço do bolchevismo. Após uma sucessão de chanceleres que se mostraram ineficientes em reverter o declínio acentuado da economia germânica e recebendo o necessário apoio dos nazistas para formar uma coalizão, Hindenburg, relutante, mas recebendo pressão dos setores conservadores, dos partidos de direita e de certos setores social-democratas, acabou por nomear Hitler como chanceler da Alemanha. Hindenburg nunca foi um ardente defensor de Hitler, mas pouco fez para deter e impedir as ações de Hitler, quando começou a empregar táticas de terror em seu caminho para consolidar o poder dos nazistas.
Quando Hindenburg morreu, era ainda uma respeitada figura nacionalmente. Foi enterrado, ao lado de sua mulher, em Tannenberg, o lugar da grande vitória contra os russos durante a Primeira Guerra Mundial. Quando a Segunda Guerra Mundial estava chegando ao fim, com o avanço do Exército Vermelho, seus corpos foram removidos para que os soviéticos não pudessem deles se apossar. Foram posteriormente reenterrados pelos norte-americanos em Marburg.
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