Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciaram nesta terça-feira (10/8) o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. De acordo com ambos, a partir de agora o diálogo será direto, baseado na transparência e no respeito, privilegiando as vias diplomáticas.
O acordo, que prevê o “estrito cumprimento do direito internacional” e
defende “não ingerência em assuntos internos” e “respeito à soberania e
integridade territorial”, foi anunciado após reunião em de Santa Marta, no norte da
Colômbia, local escolhido estrategicamente por ser o local de morte de
Simón Bolívar, considerado herói por ambos os países.
Efe
Após Colômbia acusar Venezuela de abrigar guerrilheiros em seu território, países retomam relações
Após mais de duas horas de reunião, os presidentes acordaram também em criar cinco comissões de trabalho para acordar temas binacionais e facilitar o andamento das relações entre os países nas áreas social, comercial, de infra-estrutura e de segurança.
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“Estabelecemos um roteiro para aprofundar todos os aspectos do relacionamento. Demos um grande passo para restaurar a confiança”, disse Santos. Para ele, isso foi possível já que ambos estavam empenhados em priorizar o bem-estar dos povos colombiano e venezuelano.
Com estes mecanismos, o objetivo é “prevenir a presença e ação de grupos armados à margem da lei” e “aumentar a presença de ambos os Estados na zona de fronteira”.
Este processo será acompanhado pela União de Nações Sul-americanas (Unasul), cujo secretário-geral, o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, foi mediador nesta crise e participou da decisiva reunião.
Durante a coletiva de imprensa, Santos anunciou ainda que José Fernando Bautista será o novo embaixador da Colômbia na Venezuela.
Ao chegar a Colômbia, Chávez foi recebido pela chanceler colombiana, Maria Ángela Holguín, e pelo ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, que também participaram da reunião.
Guerrilheiros
Em relação aos grupos guerrilheiros supostamente abrigados na Venezuela, Santos disse que Chávez se comprometeu “a não permitir sua presença na Venezuela”.
“O presidente Chávez me reiterou que não vai permitir a presença de grupos armados em seu território. Creio que esse é um passo importante para que as relações se mantenham sobre bases firmes”, disse o presidente colombiano à imprensa.
Antes da reunião, o presidente venezuelano havia dito que seu objetivo era “construir a paz entre os povos, custe o que custar”.
“A paz é o maior porto, felicidade e objetivo na vida. Digo à Colômbia, apesar de todos os pesares, que venho ratificar o meu amor eterno, o amor de um soldado da paz”, afirmou Chávez.
Venezuela e Colômbia estão com relações rompidas desde o dia 22 de julho, quando Chávez acusou o governo colombiano – na época, sob Álvaro Uribe – de fazer acusações falsas contra o seu país. Uribe oficializara na OEA a denúncia de que a Venezuela abrigaria guerrilheiros colombianos das FARC e do ELN.
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