Em 27 de agosto de 1859, o ‘coronel’ norte-americano Edwin Drake constrói a primeira torre de petróleo na Pensilvânia, nos Estados Unidos. O líquido jorra quando o poço atinge 23 metros de profundidade. O petróleo era então utilizado como combustível para as lamparinas a óleo, mas pouco depois passou a ser destilado para produzir carburantes como o querosene. Tem início a febre do ouro negro: a descoberta de novas jazidas faria surgir cidades em pleno deserto nos EUA.
Na década de 1850, Benjamin Silliman Jr., professor de química da Universidade de Yale, foi encarregado por um grupo de investidores – entre os quais George Bissell, advogado de Nova York – com um projeto de pesquisa pelo qual receberia 526 dólares. Bissell tinha em mente algo grandioso para o futuro: uma substância conhecida como “óleo de pedra”, nome que a distinguia dos óleos vegetais e das gorduras animais.
Ele sabia que o “óleo de pedra” borbulhava nos mananciais ou vazava nas minas de sal da área ao redor do córrego Oil, nas colinas do noroeste da Pensilvânia. Poucos barris dessa substância escura e de cheiro forte eram obtidos por meios primitivos, escumando-a da superfície dos mananciais e dos córregos, ou torcendo trapos ou cobertores embebidos naquele óleo. A maior parte desse minguado suprimento era usada na feitura de remédios.
Bissell e seu grupo acreditavam que o “óleo de pedra” poderia ser exportado em quantidade e processado para se converter num fluido que seria queimado em lampiões como iluminante, que competiria em ótimas condições com os óleos de carvão que então dominavam o mercado.
Achavam que se conseguissem obtê-lo em quantidade suficiente, poderiam trazer para o mercado um iluminante barato e de alta qualidade que o homem de meados do século 19 tão desesperadamente necessitava. Estavam convencidos de que poderiam iluminar cidades e fazendas, e quase tão importante, poderiam usar o “óleo de pedra” para lubrificar as peças móveis da nascente era mecânica. No final de 1854, Bissell contratou Silliman para analisar as propriedades do óleo como iluminante e como lubrificante.
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Norte-americano Edwin Drake constrói a primeira torre de petróleo na Pensilvânia, nos Estados Unidos
Ele ainda lutava para manter de pé sua aventura quando, num dia quente em Nova York, no ano de 1856, viu pela janela a propaganda de um remédio à base do “óleo de pedra” que mostrava várias torres de perfuração, do tipo usado para perfurar poços de sal. Surgiu-lhe a idéia: por que continuar escavando e não perfurar para obter o “óleo de pedra”?
Escolheu um certo Edwin L. Drake, que não era militar, mas passou a ser citado como coronel para atender a circunstâncias para viajar a Titusville e iniciar a exploração. Na primavera de 1959, já estando na cidade há meses, escreveu para Bissell: “Não devo mais escavar manualmente. A perfuração sai mais barato. Mas imploro que mandem dinheiro se for para fazer alguma coisa”.
Drake não tinha recebido ainda a carta de crédito quando, na tarde do sábado, 27 de agosto, a broca atingiu uma fenda a 23 metros de profundidade, e deslizou mais uns 15 centímetros. O trabalho de perfuração foi suspenso. No dia seguinte, havia um fluido escuro boiando na água. Na segunda-feira, quando Drake chegou, acoplou uma bomba comum ao poço e começou a fazer exatamente o que fora motivo de zombaria: bombear o líquido. No mesmo dia, recebeu o dinheiro de Bissell e a ordem de fechar o “troço”. Uma semana antes, teria concordado. Agora, não. A simplicidade das medidas de Drake tinha liquidado todas as dúvidas. Havia encontrado petróleo.
(*) Com infomações de “O Petróleo – uma história de ganância, dinheiro e poder” de Daniel Yergin – Scritta Editorial, organização e edição brasileira de Max Altman.