Em 1º de setembro de 1969, o capitão Muammar Kadafi, do exército da Líbia, comanda um golpe de Estado contra o Rei Ídris I. O monarca foi deposto e Kadafi foi nomeado chefe da instituição governamental, o Conselho do Comando Revolucionário.
Kadafi nasceu numa tenda no deserto líbio em 1942, filho de um fazendeiro beduíno. Estudante talentoso, graduou-se na Universidade da Líbia em 1963 e na Academia Militar líbia em Benghazi, em 1965. Um ardente árabe nacionalista, conspirou junto a um grupo de camaradas oficiais para derrocar o Rei Idris, que era visto como excessivamente conservador e indiferente ao movimento por uma maior unidade política dos países árabes.
À época, no final de agosto de 1969, Kadafi tinha o posto de capitão quando os revolucionários se disseram prontos para o ataque. Esperaram até que o Rei Idris se ausentasse do país, tratando de um problema na perna em um spa da Turquia para então derrocar seu governo sem ter de derramar sangue. A monarquia foi abolida e Idris viajou da Turquia à Grécia antes de encontrar asilo no Egito. Morreu no Cairo em 1983.
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Muammar Kadaf nasceu numa tenda no deserto líbio em 1942, filho de um fazendeiro beduíno
Mesclando ortodoxia islâmica, socialismo revolucionário e nacionalismo árabe, Kadafi estabeleceu uma ditadura fervorosamente anti-ocidental na Líbia. Em 1970, removeu as bases militares britânicas e norte-americanas, expulsou os italianos e os judeus líbios do país. Em 1973, assumiu o controle das companhias petrolíferas estrangeiras. Restabeleceu as leis islâmicas tradicionais como a proibição de bebidas alcoólicas e os jogos de azar, mas liberou a mulher e lançou programas sociais que melhoraram o padrão de vida na Líbia. Como parte de sua conhecida ambição de unir o mundo árabe, buscou relações mais próximas com os vizinhos árabes, especialmente o Egito. No entanto, quando o Egito e uma ou outra nação árabe começaram o processo de paz com Israel, a Líbia passou a ficar crescentemente isolada.
O governo de Kadafi financiou grupos insurgentes ao redor do mundo, da guerrilha palestina e dos rebeldes muçulmanos filipinos ao Exército Republicano Irlandês (IRA, em inglês). Durante os anos 1980, o Ocidente acusou-o de numerosos ataques terroristas na Europa. Em abril de 1986, a aviação norte-americana bombardeou Trípoli em retaliação à explosão de uma danceteria na Alemanha Ocidental. Kadafi ficou ferido nesta ação e sua filha mais nova foi morta nesse ataque. Em represália, Kadafi ordenou a derrubada de um avião civil da PanAm sobre Lockerbie, Escócia.
No final dos anos 1990, Kadafi buscou tirar a Líbia de seu longo isolamento internacional, entregando ao Ocidente dois suspeitos procurados pela explosão do avião da PanAm. Em resposta, as Nações Unidas suspenderam as sanções contra a Líbia. Os Estados Unidos levantaram seu próprio embargo em setembro de 2004. Após anos de rejeição da parte do mundo árabe, Kadafi buscou também forjar relações mais estreitas com nações africanas não-islâmicas, como a África do Sul, apresentando-se como um veterano estadista africano, nacionalista e independente.
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