Na noite de 30 para 31 de agosto de 1935, o operário Alexei Stakhanov extrai 105 toneladas de carvão em seis horas de trabalho na mina Irmino da bacia carbonífera às margens do rio Donets, dando início ao “stakhanovismo”, movimento da ex-União Soviética.
A norma de extração para uma jornada de seis horas era de setetoneladas. A propaganda do governo de Josef Stalin encoraja os soviéticos a seguir seu exemplo. Retratos do operário modelar são afixados em todas as empresas do país e sistemas de recompensas são organizados para estimular os trabalhadores.
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Alexei Stakhanov (à direita) conversando com um colega
O stakhonovismo era o mais notório exemplo da necessidade de desenvolver novos quadros, do aumento da produtividade e da apropriação de novas técnicas pelos trabalhadores soviéticos nos esforços para o cumprimento das metas estabelecidas no 2º Plano Quinquenal. O movimento nasceu e tomou força na bacia do Donetz, na indústria carbonífera, de onde se estendeu a outros ramos industriais, ao transporte e, mais tarde, à agricultura.
O movimento recebeu o nome de stakhanovista por ter sido iniciado por Stakhanov. Já antes de Stakhanov, o mineiro Isotov havia batido todos os recordes estabelecidos na extração da hulha. O exemplo de Stakhanov iniciou um movimento de operários e camponeses. Busiguim, na indústria automobilística; Smetanin, na indústria de calçados; Krivonós, no transporte; Musinski, na indústria florestal; Iudóxia e Maria Vinogradova, na indústria têxtil; Maria Bemchenko, Marina Knatenko, Pasha Angelina, Polagutin, Kolesov, Borin e Kovardak, na agricultura; foram os nomes de operários e kolkhosianos que se destacaram na marcha no movimento stakhanovista.
Reflexo
Por ocasião da 1.ª Conferência stakhanovista de toda a URSS, celebrada no Kremlin em novembro de 1935, Stalin destacou que o movimento stakhanovista refletia o novo apogeu da emulação socialista, uma nova etapa da emulação socialista, que deveria incluir técnicas mais aprimoradas. E concluía dizendo que a importância do movimento stakhanovista residia no fato que destruía, por insuficientes, as antigas normas técnicas. Stalin fazia questão que a produtividade do trabalho, em numerosos casos, ultrapassasse a dos países capitalistas mais avançados.
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Os stakhanovistas eram operários e operárias jovens ou de meia idade, preparados do ponto de vista cultural e técnico, que executavam com exatidão seu trabalho, que valorizavam o fator tempo e aprenderam a contar, não somente por minutos, mas também por segundos. A maioria deles tinha o mínimo de conhecimentos técnicos e continuavam completando sua instrução técnica. No trabalho prático, introduziam melhorias nos procedimentos, chegando a influenciar as previsões da capacidade produtiva das empresas e até nos planos econômicos dos dirigentes da indústria.
A ampla difusão do movimento stakhanovista naquele momento histórico e a execução do 2° Plano Qüinqüenal antes do prazo assinalado criaram as condições necessárias para que os soviéticos pudessem suportar os duríssimos anos da Segunda Guerra Mundial e, ao cabo, derrotar a poderosa máquina de guerra nazista.
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