Em 3 de setembro de 1759 o papa Clemente XIII condena a Enciclopédia dos franceses Denis Diderot e Jean le Rond d'Alembert. Nela, Denis Diderot recusava a idéia de monarquia como direito divino e definia os limites de todo o poder. A impressão e difusão dos dois primeiros volumes já haviam sido suspensas em 1752 pelo rei Luis XV. De todo modo, a Enciclopédia seria continuada secretamente por Diderot, d’Alembert e o livreiro Le Breton. Mas este último censuraria diversos verbetes às costas dos autores, o que escandalizou Diderot assim que tomou conhecimento.
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Capa da Encyclopédie, publicada na França no século XVII
A origem da Enciclopédia data de 1746 quando, inspirados na Enciclopédia ou Dicionário de Artes e Ciências do inglês Ephraim Chambers, o filósofo, romancista e crítico literário Denis Diderot e o matemático Jean le Rond d’Alembert resolveram elaborar a grandiosa obra, que reunia todo o saber acumulado até e a partir de então, que contaria com a colaboração de diversos filósofos, escritores e cientistas. Dessa forma, nasceu a Enciclopédia, ou Dicionário Racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios, que reuniu mais de 160 intelectuais, dentre ele Condillac, Condorcet, Holbach, Buffon, Turgot, Quesnay, Voltaire, Montesquieu e Rousseau. A publicação alcançou um total de 28 volumes publicados no decorrer de 21 anos (1751-1772).
Desde a aparição do primeiro volume (tiragem de 2.050 exemplares), a Enciclopédie atraiu a artilharia pesada da oposição. Jesuítas, padres seculares, bispos e simples padres de aldeia, o partido dos devotos enfim, trataram de inflamar os espíritos contra os volumes que creditavam ser demoníacos.
Oracle des nouveaux philosophes, oráculo dos novos filósofos, batizou-a o indignado abade Guyon num polêmico texto de 1759. Durante um decênio e meio, uma tempestade de artigos e uma enxurrada de vitupérios varreram o reino de Luís XV, provocando uma daquelas formidáveis querelas intelectuais de que só a França é capaz. Clamores pela fogueira de um lado, reforçados pela condenação da obra pelo papa Clemente XIII eram respondidos com apelos ao bom senso e à tolerância pelo outro.
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Sintetizar criticamente as informações foi a diretriz básica dessa obra iluminista que se tornou um marco na história do pensamento, já que substituiu a alienação e a ignorância pela ausência do pensamento crítico. A Enciclopédia, assim, adquiriu o caráter de porta-voz das idéias do Iluminismo arrojadas no combate ao autoritarismo monárquico e clerical e a todas as formas de superstições e obscurantismos. Por causa de tais idéias, o papa Clemente XIII, em 1759, a condenou e a interditou por um bom tempo. A enciclopédia tornou-se, assim, um dos principais veículos das idéias que desencadearam a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e o desenvolvimento da Filosofia e da Ciência no século XIX.
Outros fatos nesta data:
1783 – Acaba a revolução americana
1189 – Ricardo I Coração de Leão é coroado rei da Inglaterra
1939 – Reino Unido declara guerra à Alemanha devido à invasão da Polônia
1976 – A nave soviética Viking 2 pousa perto da calota polar de Marte
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