Atualizada em 30 de novembro de 2014 às 6h00
No dia 30 de novembro de 1854, o rei egípcio Said Pascha assinou licença para a construção de um canal entre os mares Mediterrâneo e Vermelho: o Canal de Suez. Pascha deu ao engenheiro francês e visconde Ferdinand Marie de Lesseps a permissão para explorá-lo durante 99 anos, sendo que as obras foram iniciadas cinco anos mais tarde.
De Lesseps concretizou um anseio que existia desde o Egito Antigo. Os romanos também tinham a mesma ideia; quando invadiram a região, construíram canais ligando o sul até o delta do Nilo, já que, sem o canal, as mercadorias precisavam ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.
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Litografia britânica retratando a construção do Canal de Suez
Antes de De Lesseps, engenheiros e cientistas haviam tentado planejar uma ligação entre os dois mares, mas fracassaram devido a um erro de cálculo de uma equipe encarregada por Napoleão, em 1800, que queria um enorme canal ao marchar sobre o Egito com seus soldados em 1798. Entretanto, o então imperador francês foi responsável por um dos fracassos da obra, já que havia sugerido erroneamente a construção de eclusas. Mesmo com as medições contestadas já em 1830, os engenheiros continuavam inseguros para planejar o canal novamente.
Convencido de que os níveis dos mares eram os mesmos, o ex-cônsul francês Lesseps convenceu o recém-coroado rei Said Pascha sobre a viabilidade do projeto, após ter passado um mês em sua corte para conseguir a permissão da obra. Finalmente, em 30 de novembro de 1854, a permissão foi concedida.
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Início
O primeiro passo foi criar a Companhia Geral do Canal de Suez, que recebeu a concessão para administrar o canal por 99 anos. No dia 25 de abril de 1859, a obra foi iniciada.
Com alto custo, esse foi o maior projeto da navegação marítima mundial: o canal foi construído com 171 quilômetros de comprimento, larguras que variavam entre 160 e 200 metros e uma profundidade média de 16,2 metros. Após dez anos de obras, no dia 17 de novembro de 1869, o caminho que aproximava a Europa da Ásia era aberto à navegação. Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 mil morreram, principalmente de cólera.
Não demorou para o canal começar a ser motivo de disputas políticas. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal. A dívida externa do Egito obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim sua rota para as Índias. Portanto, os direitos da Companhia Geral passaram para os ingleses em 1875. O caminho marítimo diminuía em 10 mil quilômetros a distância até as colônias na Ásia. França, Inglaterra e Egito haviam decidido a neutralidade da área, mas a criação de Israel, em 1948, levou o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser a proibir a passagem de navios israelenses.
Futuramente, em guerras que aconteceram na região, o canal foi bombardeado várias vezes, chegou a ser bloqueado e até mesmo fechado, em 1967. Durante oito anos, os europeus foram obrigados a contornar o Cabo da Boa Esperança para chegar à Ásia. Só em 1975, o presidente egípcio Anuar el Sadat mandou reabrir aquele caminho.
Outros fatos marcantes da data:
1215 – Papa Inocêncio III pede nova cruzada e intensifica perseguição aos hereges
1786 – Grão-duque Pietro Leopoldo da Toscana abole pena de morte
1854 – É concedida licença para criação do Canal de Suez
1935 – Morre Fernando Pessoa, poeta português e ícone da literatura do século XX
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