Soldados do batalhão religioso de Nahal, das Forças de Defesa de Israel. Foto Wikimedia Commons
As Forças de Defesa de Israel tem que enfrentar muitas ameaças: o Irã, o Hezbollah, soldados mulheres cantando… Sim, acredite: a ameaça que as coristas do exército representam à liberdade religiosa tem sido objeto de debate no país. Soldados judeus ortodoxos acreditam que uma mulher cantando é um ato de indecência pública, e não admitem assistir a cerimônias militares em que as coristas se apresentem. Segundo um rabino ultraconservador, “estamos próximos de uma situação em que teremos que dizer aos soldados: 'vocês tem que abandonar estes eventos mesmo que um esquadrão esteja a postos na saída, pronto para matar vocês'”. Já houve episódios em que os soldados se recusaram a participar de exercícios de paraquedismo porque a instrutora deu um tapinha de incentivo nas costas, e insistiram que a treinadora não podia ir na frente durante os exercícios de corrida.
Segundo o artigo da revista The American Prospect, a ideia de que uma mulher não possa ser nem vista nem ouvida é suficientemente ofensiva, e é uma representação errada do Judaísmo. Mas a presença feminina não é a verdadeira preocupação dos rabinos da extrema direita. O ataque às mulheres é na realidade uma disputa de poder, com os rabinos querendo prevalecer sobre as ordens militares.
“Silenciar e segregar as mulheres é por si só uma importante questão política, e a suposta proteção da liberdade religiosa viola o direito à igualdade. Mas colocar as mulheres no papel de 'portadoras da tentação' é somente uma tática. O objetivo estratégico é estabelecer um programa político reacionário disfarçado de religião.” Qualquer semelhança com o ataque à contracepção nos Estados Unidos e a questão do aborto no Brasil é mera coincidência.
O artigo completo, em inglês, pode ser lido no site da revista The American Prospect.
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