A presidenta Dilma Rousseff cumprimenta a ministra Gleisi Hoffman durante sua posse, em junho de 2011. Foto dilmarousseff
O site italiano Linkiesta examina a presença feminina nos governos dos países do BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China. Na análise do jornalista Andrea Goldstein, o Brasil é governado por duas mulheres: Dilma Rousseff, a presidenta, e Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, “equivalente a primeira-ministra”. Maria das Graças Foster teria “o mais importante cargo gerencial do país” como presidenta da Petrobras.
“Mas três andorinhas em Brasília – e a presidenta Rousseff ter sido a primeira mulher a fazer o discurso inaugural na Assembleia das Nações Unidas, em 2011 – não fazem o verão das mulheres brasileiras.” O Brasil está em 82o lugar no Global Gender Gap Report 2011, relatório que mede o índice mundial de desigualdade de gênero. Melhor do que a Índia (113o) mas pior do que a Rússia (43o), a China (61o) e até a Itália (74o), “que sobre esta questão tem bem pouco a ensinar ao resto do mundo”, acredita o jornalista.
Na China, 24 dos 25 membros do 17o Politburo do Partido Comunista são homens – a excessão é Liu Yandong, que tem um posto secundário – e não há nenhuma mulher no Conselho de Estado. Assim como o Brasil, a Índia também tem uma presidenta, Pratibha Patil, eleita em 2007, e assim como Rousseff, Patil é a primeira mulher a assumir o posto em seu país. Segundo o site italiano, porém, o cargo é somente cerimonial, e entre os 37 ministros do governo há somente uma mulher, Selja Kumari, ministra da Habitação e do Combate à Pobreza.
Na Rússia, onde mulheres foram retratadas e instrumentalizadas como objetos sexuais na campanha vencedora à presidência de Vladimir Putin – e onde um movimento punk feminista de oposição ao governo tem agitado Moscou – nem Dmitry Medvedev, o atual presidente, nem Putin, atual primeiro-ministro, tiveram predecessoras. No governo atual, composto de 28 membros, há somente três mulheres: Elvira Nabiullina, ministra do Desenvolvimento Econômico, Yelena Skrynnik, ministra da Agricultura, e Tatyana Golikova, ministra da Saúde e de Assuntos Sociais. Na União Soviética, apesar do discurso comunista sobre a igualdade de gênero, somente duas mulheres fizeram parte do Politburo: Yekaterina Furtseva (1957-61) e Galina Semyonova (1990-91).
Segundo a análise do jornalista, entre as mulheres do BRIC predominam as tecnocratas – “Dilma, na verdade, não é uma política” – e as dinastias – argumento parcamente sustentado pelos exemplos de Hoffmann e Golikova, cujos maridos são também políticos. Leia o artigo completo, em italiano, no site Linkiesta.
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