Guarda controla o trânsito aéreo em Paris no ano 2000 (segundo uma ilustração de 1910). Imagem Wikipedia Commons
Neal Stephenson viu o futuro – e ele não curtiu. O escritor acredita que a ficção científica hoje está obcecada por cenários niilistas e apocalípticos – como em “A Estrada”, livro de Cormac McCarthy adaptado para o cinema em 2009, ou a série de TV “The Walking Dead”. As previsões otimistas que marcaram o gênero em meados do século XX foram esquecidas. Stephenson teme que nenhum inventor vai se sentir encorajado em construir a próxima grande nave espacial ou encontrar uma maneira de nos livrar da dependência dos combustíveis fósseis se as histórias sobre o futuro preveem um mundo em frangalhos. Por isso, no fim do ano passado, o escritor lançou o Projeto Hieróglifo, para incentivar os autores de ficção científica a serem mais otimistas e inspirarem a nova geração de inovadores.
Segundo o artigo da Smithsonian Magazine, muitas das tecnologias que utilizamos hoje, dos smartphones à ressonância magnética, foram antecipadas pela ficção científica. Mas a maior contribuição dos escritores à ciência seria a possibilidade de demonstrar como as inovações podem funcionar em certo contexto econômico e social – o que ajuda a antecipar como as novas tecnologias podem ser usadas para o bem ou para o mal na vida cotidiana. Denise Caruso, pesquisadora em políticas da Ciência na Universidade de Carnegie Mellon, aprecia os esforços de Stephenson: “a ficção científica ajuda os cientistas a pensar no que o trabalho que eles estão fazendo pode se transformar”.
O Projeto Hieróglifo irá publicar uma antologia de contos em 2014, todos sobre cientistas e seus grandes projetos, como a construção de mega-torres e a colonização da Lua. A esperança de Stephenson é que jovens engenheiros e cientistas se inspirem e comecem a criar o futuro hoje, antes que seja tarde demais.
Leia o artigo completo, em inglês, no site da Smithsonian Magazine.
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