Foto por Othman Zine, via Emarrakech
Em 2005 o filme “Marock” estreava no Marrocos. A história da paixão entre dois adolescentes da burguesia de Casablanca, a São Paulo marroquina, provocou um escândalo nos meios conservadores: no filme, ela era muçulmana e ele, judeu. Além da adaptação local de “Romeu e Julieta”, o longa-metragem mostrou a presença do sexo e do álcool na classe média alta marroquina, além das pressões religiosas. Naquela época, o Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD), ainda na oposição, fazia das temáticas sociais um argumento para atrair o voto conservador. Em novembro de 2011, o partido chegou em primeiro lugar nas eleições legislativas e formou um governo encabeçado, pela primeira vez na história do país, por um líder islâmico. Carecendo de um programa econômico sólido e padecendo com as consequências de uma grave seca, o partido deu sinais de querer impor uma “sharia cultural”. Eles querem disseminar uma “arte limpa”, respeitando a chamada identidade muçulmana do povo marroquino.
A atriz Fatym Layachi, estrela do filme “Marock” e militante no coletivo marroquino “Cultura Livre”, decidiu reagir posando para um fotógrafo deitada num lixão de Casablanca: a gente não quer arte limpa mesmo. Confira no site marroquino Emarrakech, em francês.
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