Publicidade de novela em Portugal: elas não são tão diferentes das nossas. Foto por J-Cornelius
Segundo um estudo realizado por 22 biologistas e ecologistas e publicado em junho na revista Nature, o crescimento da população humana e a expansão econômica estão levando o planeta a um ponto crítico. O estudo prevê extinções em massa dentro de algumas gerações devido ao consumo desenfreado de recursos. Mas para o editor executivo da edição estadunidense da revista National Geographic, Dennis Dimick, as novelas brasileiras tem se mostrado uma ótima ferramenta para o controle de natalidade. “Em duas gerações, a taxa de natalidade no Brasil caiu de sete para dois filhos por família”, disse Dimick em uma palestra no Aspen Ideas Festival na última quinta-feira, segundo o site da revista The Atlantic. Essa queda, segundo ele, coincidiu com a ascensão das novelas com personagens “aspirando por uma vida melhor. As mulheres estão se sentindo mais fortes e estão cada vez mais de bem consigo mesmas”.
Dimick acredita que isso se deve ao fato de as novelas promoverem um “materialismo extravagante” e um “estilo de vida urbano”, com núcleos familiares pequenos e mais abastados, “com personagens de boa aparência ostentando posses desejáveis”, em oposição à relativa pobreza das famílias maiores. Ele destaca a importância de educar as mulheres sobre planejamento familiar e expectativas de vida: “Apenas investir na educação das meninas pode ter um efeito cascata.” Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD), em 2011 a taxa de fertilidade no Brasil chegou a 1,8 filhos por mulher, a mesma da Finlândia. Para o jornalista estadunidense, isso teria se dado com a ajuda das novelas – mas parece bastante contraditório que a promoção do consumismo e do materialismo possa ter consequências benéficas ao planeta.
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