Monumento em homenagem a Lênin em Chişinău, capital do país. Foto de veni markovski
A partir do dia 01 de outubro todo e qualquer símbolo comunista está proibido na Moldávia, país da Europa Oriental que entre 1940 e 1991 fez parte da antiga União Soviética. Como reporta o site italiano Osservatorio Balcani e Caucaso, lei aprovada em julho pelo parlamento moldavo foi contestada pelo Partido Comunista, o principal grupo político do país, hoje na oposição. Os parlamentares comunistas abandonaram a votação em protesto e o partido entrou com recurso contra a lei na Corte Constitucional. O Partido Socialista também se opôs e votou contra a aprovação da lei, que acabou passando graças aos votos da maioria governista.
Segundo a nova lei, fica proibido o uso de símbolos comunistas, como a foice e o martelo, para fins políticos e de propaganda. O principal atingido pela medida é de fato o Partido Comunista, que deverá mudar sua “logomarca” ou não poderá participar das próximas eleições. “É uma medida que dilacera a sociedade moldava, porque muitos recordam com carinho o período comunista”, afirmou Vladimir Voronin, presidente do Partido Comunista moldavo. “Não é mais um parlamento, é um manicômio”, protestou, declarando-se muito irritado com o que acredita ser uma ação premeditada contra o seu partido. Voronin anunciou porém que o partido não tem nenhuma intenção de respeitar a polêmica lei. “Esses símbolos não refletem somente a ideologia do partido, mas têm raízes históricas na luta contra o fascismo.”
Para Mihai Gimpu, líder do Partido Liberal e autor da lei, “são símbolos que continuam sendo um incômodo para os milhares de moldavos que foram enviados à Sibéria. Foi um grande erro da Europa não condenar os comunistas como se fez com os nazistas em Nuremberg. A foice e o martelo são símbolos da deportação e morte de pessoas inocentes na Sibéria.”
O Partido Liberal-Democrático, do primeiro-ministro Vlad Filat, defende também que os 40 monumentos dedicados a Lênin e os mais de 300 dedicados aos soldados soviéticos sejam removidos e alojados em um museu. Para Filat, “é chegado o momento de o país se libertar de Lênin e dos tanques soviéticos”. “Os apoiadores do Partido Comunista se oporão com todas as forças ao abatimento de monumentos construídos em reconhecimento aos soldados da Segunda Guerra Mundial”, declarou Grigore Petrenco, deputado comunista. A sociedade moldava continua bastante polarizada, e vários monumentos soviéticos tem sido vandalizados nos últimos anos por militantes fascistas.
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