Atualizada às 16h30
A quinta edição da “Marcha das Vadias” aconteceu no centro de São Paulo no sábado (30/05), tendo como principal bandeira a descriminalização do aborto no Brasil.
Leo Sá Moreira/Jornalistas Livres
Concentração da marcha aconteceu no vão livre do Masp, na avenida Paulista
Segundo a Polícia Militar, o evento reuniu cerca de 150 manifestantes. De acordo com as organizadoras, pelo menos 2.000 pessoas participaram da marcha, que percorreu a Avenida Paulista em direção à Praça Roosevelt com palavras de ordem como “Fora Eduardo Cunha” e “Aborto ilegal é um feminicídio de Estado”.
Vestidas de forma livre e despidas de estigmas, as manifestantes também criticavam a perspectiva machista de que as mulheres, pela forma insinuante em que supostamente se vestem, são culpadas pelos estupradas ou assédios sexuais a que são submetidas.
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Manifestação pede descriminalização do aborto no território nacional
“A marcha é um evento que reúne mulheres de vários grupos e idades e que tem conseguido, nos últimos anos, abordar temas que de alguma forma afetam todas: de adolescentes de 15 anos de classe média a mulheres adultas da periferia que diziam se identificar com a pauta”, diz a Revista Samuel Elena Judensaider, uma das participantes da mobilização.
“Eu fui a quatro das cinco marchas que já foram realizadas e uma coisa que me chamou atenção é que mais minas estavam sem camisa, parecendo mais à vontade do que nos anos anteriores. Além disso, tem muita adolescente que parece estar se aproximando agora do movimento feminista e não quer restringir a militância ao Facebook”, acrescentou.
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A Marcha das Vadias faz parte de um movimento internacional que se estendeu por todo o mundo a partir de uma manifestação em Toronto em abril de 2011. Nesta edição, a organização focou o debate na descriminalização do aborto e na exigência de mudanças no conservador Congresso brasileiro, pressionado constantemente pela bancada evangélica.
A legislação brasileira autoriza o aborto em casos de estupro, risco de vida para a mãe e quando o feto sofre de anencefalia. Segundo a Agência Efe, as militantes qualificaram a ilegalidade do aborto como um feminicídio de Estado e lembraram que a presidente Dilma Rousseff sancionou em março uma lei que classifica o feminicídio como crime no Brasil.
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Marcha faz parte de movimento internacional que aconteceu neste fim de semana em várias cidades do mundo
(*) Com informações de Agência EFE e Jornalistas Livres